19 de mai. de 2011

Triste Triquetra

Essa é baseada em CLANNAD (vide Fujibayashi Kyou)

---------------------------------------------------------------------------------

Em um dia de chuva
O rapaz percebeu seus erros
Deu forma a seus sentimentos
E se arrependeu, ao abraçar sua amada.

Pois quem ele amava
Não era aquela que o acompanhava
E quem ele via em seus beijos
Não era aquela cujos lábios os dele tocava

Era a outra.

Aquela que os uniu
Que ao priozar outro amor,
Ignorou o próprio.
Que apesar de também amá-lo, nunca iria perdoar
Se ele abandonasse aquela que agora ele acompanhava.

Mas não havia ninguém feliz.

Aquela que recebia o "amor"
Sabia que não era amada.
E apesar de já conhecer toda a dor
Ela tentou, em desespero,
Se assemelhar a garota amada.

A garota que sofria na chuva,
Que não podia sorrir, ao ser abraçada.

Uma sofria com sua decisão
A outra, futilmente, forçava uma transformação
Enquanto ao rapaz, apenas continava parado
Sem saber o que fazer.

Os três jovens que se amavam
Mas não do modo em que gostariam.
Seus sentimentos os acorrentavam
Criando relações que logo os destruiriam.

Uma triste triquetra
Onde só havia dor e confusão
Mas que ainda assim, no fim da linha
Tudo iria acabar bem

------------------------------------------------------------------------

"Aqueles que não conhecem o amor, também não conhecem a dor e são incapazes de compreender o próximo."

17 de mai. de 2011

Kokoro no Arashi

Em minha mente, eu vivencio um cenário
Um cenário frio e deprimente
Um cenário onde há apenas solidão
Mas que de certa forma, me agrada.

Nesse cenário, eu me encontro caminhando
Em meio a uma tempestade impiedosa
Passo a passo, lentamente definhando
Fitando o adiante com uma visão quase idosa.

Passo pelos lugares onde estão meus amigos
Desde os mais antigos até os atuais
Conversando, se divertindo, todos distraídos
Enquanto eu continuo andando,

Esse cenário é meu coração
E as nuvens que nele chovem são minha tristeza
Nascida da angústia que é minha solidão
Fruto da sua ausência

A rua é minha vida
E as pessoas são momentos nela
Momentos que me distraem, e me aquecem.
Mas apenas momentos.

Pois no momento, eu quero andar na chuva
Que me dói, mas que lava minhas lágrimas
Que me deprime, mas que abafa meus gemidos
Que é triste, mas que vem do meu mais querido sentimento

Pois por mais terrível que seja a tempestade
Quando ela acabar, tudo que me espera é o sol.

Lucas Rangel Lima

-------------------------------------------------------------

"Você vai me tirar da chuva? Se não, me deixe lamentar e largue de hipocrisia."

8 de mai. de 2011

Triste Ausência

Um dia, despertei com a estranha sensação de que havia me esquecido de algo muito importante. Algo que havia compartilhado muito comigo, e que eu precisava proteger a qualquer custo.

Então me levantei de minha cama e me pus a procurar pela casa, sem sucesso. Não importava o quando eu investigasse, o quanto eu tentasse me lembrar, a única coisa que eu conseguia encontrar naquele lugar era a estranha sensação de que algo estava faltando espelhada por todos os cantos.

Nas fotos, nas salas, no quarto, não importa aonde eu fosse. Faltava algo. Algo que deveria estar ali, algo que um dia estivera ali... E que eu não conseguia mais me lembrar.

A frustração logo tomou conta de mim. Porque isso estava acontecendo? Havia eu enlouquecido? Será que minha mente resolveu pregar peças em si mesma? Eu não compreendia... Eu não... Lembrava...

E dessa forma, esse dia passou, como todos os outros depois dele.

Pouco a pouco, meus sorrisos se tornaram vazios. Meus sentimentos pareciam quebrados, Como se seja lá o que eu tivesse esquecido fosse uma peça a completá-los, a completar-me. Até que um dia, cansado de procurar, fui dormir.

E terminar de te esquecer.

----------------------------------------------------------------------------

"Não consigo deixar de te amar, mas se ao fazê-lo lhe faço doer, então farei o possível para não te recordar."

6 de mai. de 2011

A Ponte

Um dia, eu me encontrei no meio de uma extensa ponte. Uma ponte que não parecia ter fim, e que mal podia ser chamada assim de tão larga.

Eu precisava chegar do outro lado, então comecei a caminhar. Em meio a muitas outras pessoas, eu continuei a andar com meu próprio ritmo, esperando que chegasse logo o fim dessa travessia. Eu estava com pressa. Tinha muitas coisas para fazer, muitas metas para alcançar e incontáveis melhorias a realizar.

Mas meu passo curto era muito lento. Ou talvez o caminho fosse simplesmente longo demais. Conforme o tempo passou, comecei a prestar mais atenção naqueles que andavam, como eu, do que na minha própria caminhada. Haviam alguns poucos que corriam exasperados e eu logo perdia de vista. Haviam alguns que trombavam e caíam bastante, mas nunca hesitavam em se levantar e continuar sua caminhada. Haviam outros que não pareciam saber para onde iam. E haviam aqueles que simplesmente andavam, parecendo mais hesitantes do que deveriam.

E por último, e mais numerosos, haviam aqueles que simplesmente ficavam parados. Enquanto os outros os ultrapassavam, os derrubavam, os empurravam e os ignoravam, eles simplesmente permaneciam em seus lugares, como se aquele lugar de travessia houvesse se tornado alguma espécie de lar, de casa. Como se estivessem acomodados daquele jeito.

Eu logo estranhei. Porque alguém iria querer ficar aqui? Não há nada aqui. O propósito dessa ponte é ser atravessada. Eles não sabiam disso? Não entendiam isso? Minha indignação era demais. Mas depois de um pouco mais de observação, eu comecei a notar ainda outro grupo, que parecia aparecer do nada quando nós, que ainda estamos a atravessar, menos esperávamos. Eles tomavam aqueles que estavam parados pelo braço e os motivavam a correr. Se aproximavam daqueles que simplesmente andavam e incentivavam seus esforços. Alcançavam os perdidos e lhes mostravam o caminho. Guiavam os passos dos que caíam e os protegiam na queda.

Esse grupo, vestido de branco, se mostrava cada vez mais numeroso. O fato de que eu não os havia notado até me deixou surpreendido. Mas logo essa surpresa foi sobrepujada por uma outra sensação, e eu logo percebi que havia algo irritando. Ou melhor, que a falta de algo estava me incomodando.

Então eu olhei para frente, e vi um homem sorrindo para mim estendendo sua mão. Quando olhei em seus olhos, minha surpresa retornou, e eu compreendi o porque dessa sensação estranha.

Nos olhos dele, eu me vi com outro rosto, com outro sorriso, com outros olhos e com outro corpo. Não um mais velho, mas um completamente diferente. Quem sabe quantas vezes eu já havia passado por este processo. E provavelmente, iria passar por ele de novo.

Mas não era isso o que me incomodara. Muito menos essa a razão de eu poder vê-los. Eu os via porque eu precisava vê-los. Eu precisava deles, pois em minha distração, eu também me encontrava parado.

Lucas Rangel Lima

---------------------------------------------------------------------

"A vida é uma longa travessia, cujo destino é conhecido apenas por aqueles que já não precisam mais cruzá-la."