28 de jun. de 2011

Sobre Um Jovem

Era uma vez um jovem garoto que após viver toda sua vida em uma pequena cidade, sem conhecer muitas coisas e com quase nenhuma experiência, acabou se mudando para um lugar muito distante para passar os próximos três anos, onde não possuía nenhum amigo ou conhecido.

Esse jovem parecia promissor, apesar de todos os seus numerosos defeitos e de sua falta de expectativa. Apesar da solidão inicial, ele não sucumbiu e não se deixou deprimir facilmente. Pois ele tinha uma memória, um sentimento, algo para dar-lhe ansiedade. Algo que ao mesmo tempo que o fazia querer voltar, o mantinha forte.

Esse algo o amparou por dois anos. No primeiro, ele enfrentou grandes dificuldades, como o choque cultural e o medo do desconhecido. No segundo, após ter vencido todas as outras ele se encontrou vencido pela única que realmente lhe importava.

Sua solidão o havia afastado de todos os que o acompanhavam. Ele notou que não se importava com as presenças ao redor dele, que havia aceitado o fato de que elas eram "passageiras". Novamente, a única coisa que o manteve de pé era seu fragmento de memória, agora deteriorada com o amadurecer da mente. Todas as noites ele ia dormir com aquele sentimento em seu peito, com aquelas poucas memórias em sua mente. E com apenas uma sombra de certeza.

Até que um dia, no primeiro mês de seu terceiro ano, ele enxergou luz. Muito mais radiante do que qualquer amizade, muito mais cativante do que qualquer sorriso, muito mais inspiradora do que infinitas canções. Alguém a quem compreender, a quem admirar, alguém que poderia compreender tanto quanto ele compreendia, alguém cujas idéias eram tão profundas quanto as dele, ou mais. Alguém que dali em diante, o faria dançar com uma alegria servil conforme a sua vontade. Alguém cujo simples riso o fazia feliz.

Suas memórias fragmentadas foram feitas em pó imediatamente, como a luz das estrelas se calam ao competirem com o brilho do Sol. Em uma tarde, ele viveu todos os anos que não havia vivido desde que nascera. E até hoje, quando com tal luz ele se encontra, ele se sente assim.

Sim, pois triste, o terceiro ano se acabou. Com pouquíssimos encontros, está nova luz também se calou, deixando um buraco infinitamente maior do que o de outrora. Mas agora, o jovem garoto não é mais tão jovem. Agora ele tem as forças para olhar à sua frente. Agora ele compreende que sua solidão é como uma chuva, como um belo e melancólico retrato de seus próprios sentimentos. E que, como esta, irá um dia acabar e dar lugar a pura luz.

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"Memórias são tão vagas quanto sonhos. Sentimentos não."

26 de jun. de 2011

A corrente


Quem nunca recebeu uma dessas?
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Ana recebeu uma dessas correntes um dia desses, dessas que te fazem perguntas e pedem pra você escolher nomes de pessoas que são importantes pra você, cores, números e outras baboseiras. Ela não acreditava nesse tipo de coisa, mesmo assim sentia um friozinho na barriga sempre que percebia que tinha aberto um e-mail desses. Afinal, nunca se sabe.

Ela anotou as respostas e os nomes pedidos em uma folha de rascunho. No final do e-mail assim como diziam as instruções ela resolveu checar o que cada palavra anotava significava de acordo com a corrente. Aparentemente ela ter escolhido a cor roxa mostrava como ela era sonhadora, e ela ter escolhido o número seis mostrava como ela se importava com a família. Por fim o nome da pessoa do mesmo sexo que o dela Rafaela, seria uma grande amiga pro resto da vida, enquanto o nome da pessoa do sexo oposto Lucas representaria o nome do grande amor da vida dela.

Mesmo sempre lendo e seguindo as instruções ela nunca mandava essas correntes. A curiosidade a obrigava a ler o e-mail por inteiro, mas ela não gostava de ser ameaçada com coisas como “se quebrar essa corrente a ponta do seu único lápis vai quebrar no meio do vestibular.” Então ela chegando ao final das grandes revelações sobre a vida dela descobriu que se ela quebrasse a corrente ela jamais ficaria com a pessoa que ela ama de verdade. De acordo com a corrente essa pessoa era o Lucas. Que engraçado, pela primeira vez uma mensagem em corrente estava quase certa. Ela nunca ficaria com a pessoa que amava, mas isso porque a pessoa que ela amava era a Rafaela, uma bela mulher casada com Lucas.

Estradas

Eu sempre gostei de pegar a estrada. Ver as horas passarem lentamente na janela de um carro (ou até mesmo de um ônibus) enquanto vejo a paisagem passando rápida pela janela sempre me acalma e me ajuda a pensar nas coisas. Na vida, no futuro... É como se o ato de viajar te libertasse, e te dando o tempo e a calma para organizar as idéias.

Gosto particularmente de viajar com meu pai. Colocamos alguns CD´s de MPB no radio e passamos horas na estrada, conversando, rindo, xingando, cantando ou simplesmente escutando a música. Sem dúvida MPB é um dos meus gêneros músicas favoritos, estando um pouco atrás de rock/pop japonês e talvez empatado com música clássica (a qual eu não escuto muito, só gosto mesmo), mas não saberia dizer muitos nomes de cantores nem de músicas. Sei apenas as letras e melodias.

Voltando ao assunto, costumo fazer viagens curtas nas férias até São Paulo (que de onde eu moro, demoram duas horas) ou mais longas, até Goiás (nesse caso, a viagem se estende para cerca de doze horas...). Quase sempre durmo no meio, o que muitas vezes deixa o motorista irritado (principalmente quando sou sua única companhia), mas nunca deixo de aproveitar o cenário e o tempo em paz, que acabo usando para pensar em novas coisas para escrever.

Me imagino no futuro, depois de sair do trabalho ou simplesmente ao voltar do mercado, pegar a estrada sozinho ao invés de voltar para casa, passar horas simplesmente dirigindo...

E então, só faço pensar: "É feliz quem realiza sonhos fúteis como este".

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"Se pequenas felicidades não lhe satisfazem, então conforme-se com grandes tristezas"

20 de jun. de 2011

Charadas

Então, meio que comecei a montar charadas como hobbie novo... Sintam-se livres para tentar respondê-la nos comentários (ou não)

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Sou aquilo que de tão escuro, bloqueia o sol.
Que de tão triste, semeia o frio.
Que de tão cruel, causa a morte.

Mas ao mesmo tempo,

Sou aquilo que de tão poderoso, faço a vida.
Que por simplesmente estar presente, lavo a tristeza.
E que de tão celeste, represento a pureza.

Quem sou?

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"Não permita que ninguém lhe diminua na sua frente. Já pelas costas, apenas os amigos."

16 de jun. de 2011

Já que te amo

Para provar que eu também tenho uns momentos mais.... Bem, mais iluminados acho...

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De repente, você me da as costas
E meu coração salta
Excitado,
Fitando seu semblante

"Fique aqui ao meu lado",
"Olhe apenas para mim",
"Deixe-me abraçar seu braço",
"Seja meu".

E assim eu fiz
Após lhe dar minha alma
E de compartilhar com você
Nosso primeiro beijo

Pois desde então,
Permaneço encantado por ti
Como se o destino me tivesse enfeitiçado
Ao colocar a ti em meu caminho

Mal consigo dormir mais
E quando o faço,
Te vejo em meus sonhos
E acordo com saudades
Acordo querendo que estivesse ao meu lado

Pois mesmo quando, de repente,
Você me da as costas,
Meu coração salta excitado
Ao fitar o seu semblante
Já que te amo

Lucas Rangel Lima

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"Não diga ao próximo o que quer ouvir. Principalmente porque não sabemos o que realmente queremos."

15 de jun. de 2011

Sou um reflexo, um canto de paisagem...

Eu explicaria por que fiquei sem postar... Mas não vou
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Quem eu sou?? Sei lá! Sei lá eu quem...
Sou uma miragem, ou talvez uma mentira?
Um cheiro doce entre essências de mirra
Ou uma alucinação?? Sei lá eu bem...

Como a morte: Agora aqui, depois além...
Sou um mentiroso que um dia foi honesto
Um demônio que se distancia do resto
Por pureza, bondade e sensatez...

Sou só mais um infeliz sofredor.
Num mundo de malditos e danados
Sou mais um mal, mais um pecador...

12 de jun. de 2011

Pequena Decepção

Sabe,
Há tantas coisas acontecendo
Tantas dores em meu peito ardendo
Tantos amores apodrecendo
Que eu já não sei mais o porque...
Pois em um só instante,
Meus sentimentos,
Meus pensamentos,
Todas as coisas das quais eu tinha certeza
Perderam repentinamente
Parte de sua razão

Quando foi que eu comecei a te odiar?

Quando vi arrogância,
E não mais infantilidade?
Quando vi tolice,
E não mais simples erros?
Quando vi indiferença,
e não mais ignorância?

Já não sei o que mudou
Nem o que fez tudo mudar
Só sei que agora te desprezo

Seus caprichos são todos nojentos
Seus sorrisos sempre fedem a falsidade
Seu falar é completamente inconsistente
E seu pensar é hipócrita

Você sempre foi assim, e eu nunca notei?

Foi a chuva que cegou meus olhos?

Sabe,
Eu posso não ser puro,
Posso muitas vezes não ser honesto
Meu falar pode as vezes lhe ser confuso
E minhas ações podem ser contraditórias
Mas ainda assim...
Eu só queria alguém para estar ao meu lado
Eu só queria ter aonde encostar a cabeça e chorar
Um lugar para fugir desse mundo gelado...
E graças a você,

Eu não quero mais.

Lucas Rangel Lima

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"Nem sempre aqueles que você precisa que lhe compreenda irão lhe compreender. Mas a culpa não é deles. Nem sua."

6 de jun. de 2011

Aos Solitários

Desculpem pela ausência, ando sem tempo e sem inspiração nenhuma. Ou melhor, ando tão mal que não consigo mais tirar inspiração nem mesmo de meus próprios sentimentos.

Vou ver se consigo dar uma corrida nesse mês.

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Para aqueles que como eu,
Reclamam quando estão sozinhos
Lhes ofereço o calor de minha mão
E o conforto de minhas palavras

E em troca,
Não irei pedir que mudes
Não irei exigir que se desculpe
E não irei querer que me retribua

Pois apesar de eu também ansiar por calor,
Só há uma pessoa que quero abraçar
E apesar de eu também carecer de conforto
Só há uma voz que meu coração vai escutar

Por tal razão eu também entendo
Que apenas eu não serei suficiente
Que solidão nenhuma é tão fraca
A ponto de ser derrotada por este simples gesto
E que mesmo que eu possa ajudá-los
A chuva ira continuar

Mas também, gostaria de deixar claro
Que pessoa nenhuma é tão fraca
A ponto de não poder vencer da própria solidão

Lucas Rangel Lima

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"Sentimentos são como espadas. Quando usados corretamente, podem tanto ferir quanto proteger"

5 de jun. de 2011

The End of The Pain

Bom, primeiro texto aqui. Eu acho que eu tava muito bravo quando escrevi isso, um exemplo de como as pessoas não sabem lidar muito bem com seus sentimentos.

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Eu me lembro muito bem da raiva que eu sentia. Era tudo tão claro, tão forte, tão intenso, tão desesperador... Eu andava pelas ruas em uma noite sem estrelas, o céu totalmente escurecido sobre minha cabeça sendo apenas iluminado por uma lua pálida, que de tão minguante era quase extinta, brilhando vermelha. Não, não era a lua, mas sim minha visão que estava avermelhada. Avermelhada pela raiva, pelo ódio, tão intensos como o meu amor, minha paixão. Dizem que amor e ódio andam juntos, e naquela noite isso fazia todo o sentido pra mim. Meu ódio por ela era proporcional ao amor que eu sentia.

A noite cheirava mal. E não era o cheiro do lixo que incomodava, nem o cheiro das drogas. Meu sangue corria tão forte por minhas veias que uma delas estourou no meu nariz. Eu sentia cheiro de sangue. Eu ainda diria que a noite inteira cheirava a sangue, com toda a intensidade. Eu me sentia preso às minhas impressões, minha mente só tinha um foco, e eu não deixaria nada atrapalhar meu caminho. Nada. Nem mesmo a minha moral ou meus princípios, nem mesmo o saber das conseqüências, nada disso controlaria minha ira.

Eu me lembro de levar uma arma comigo. Pensei até que eu iria usá-la, afinal essa era a melhor forma de matar alguém. E ela merecia. Nunca alguém mereceu tanto ser punida como ela merecia. Aquela maldita... Como ela podia se atrever a machucar tanto o coração de alguém? Mas como eu disse, eu apenas pensei que a usaria. No final, não conseguira me concentrar o bastante para puxar o gatilho... Então eu acabei usando minhas próprias mãos e a enforquei. “Justiça com as próprias mãos”. Foi assim que ela aprendeu a lição. Agora ela não será capaz de machucar o coração de mais ninguém. Principalmente, ela não vai mais machucar o coração do homem que eu amo. Agora ele não vai mais sofrer por ela.