27 de out. de 2010

Poesia nova

Essa eu escrevi inspirado nas músicas "SOFA" e "Sanagi", ambas do Suga Shikao, e ainda está sujeita a mudanças futuras.

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Título: Sonhos frios

Dia e noite eu passo inquieto
E nada no meu mundo parece estar no lugar certo
Me cansei de tentar criar um mundo perfeito
Onde você ainda dorme ao meu lado em meu leito

Ultimamente, eu ando um pouco desmotivado
Pois você não está mais a andar ao meu lado
Sinto saudades do tempo em que era abraçado
De quando cometia erros, e por ti era criticado

Tempos em que o sol ainda era claro
E passeávamos todo dia em meu carro
Tempos em que a noite ainda tinha um encanto
E ficávamos toda madrugada, abraçados sob meu manto

Mas vejo hoje, neste desamparo
A magnetude da dor com a qual me deparo

Deito cansado, doente e confuso
Me tranco no quarto, triste e recluso

Perdi a emoção em meu coração
E vivo uma vida sem nenhuma opção
Sem ter reação, engulo a decepção
De perder você neste mar sem razão

Onde você se jogou

Qual era o significado das lágrimas que choramos?
Por que razão nós nos reconfortamos?
Qual é o sentido em continuar andando?
Você já se foi, me abandonando...

Dias e noites eu passo inquieto
Enquanto tudo no meu mundo cai sobre meu teto
Me cansei de tentar viver neste mundo imperfeito
Em que você acabou por morrer antes de voltar para o meu leito

Lucas Rangel Lima

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"Momentos tristes virão. Mas a tristeza não precisa vir com eles."

14 de out. de 2010

O Rei e o Lobo - Capítulo 2: A Lenda

Depois de receber a ordem do rei, o jovem guerreiro partiu para a floresta protegida pela grande fera. Depois de muitos dias de viagem, ele alcançou uma pequena vila situada nas proximidades da floresta. A vila era pacífica e festiva, todos pareciam alheios as ambições do rei de dominar todo aquele território.

Mas o jovem guerreiro não pensava nisso. Ele apenas pensava em terminar o seu dever e demonstrar a sua lealdade ao reino. Mas antes de sair a procura da fera, ele tentou questionar os habitantes da vila para reunir mais informações sobre a fera. Porém, tudo o que eles sabiam era "A lenda".

"Séculos atrás, numa época de grande fome e infelicidade, um homem ofereceu sua vida e a de seus descendentes para o espírito que protegia a floresta. Em troca da fertilidade do solo e do sorriso de seu povo, sua família iria se unir ao espírito para servi-lo até o fim dos tempos. Mas o espírito não julgou a proposta do homem suficiente, e depois de trazê-lo com sua família para a floresta, ele exigiu que lhe fosse dado o corpo do filho mais velho para que pudesse habitar. O homem não pôde permitir tal coisa, e se recusou a dar seu filho para o espírito, oferecendo seu próprio corpo no lugar.

O espírito se sentiu traído e resolveu colocar uma maldição sobre a família do homem. Na noite em que o ritual de possessão iria ser realizado, o espírito usou de seu poder para transformar o homem em um lobo, dando a ele um tamanho colossal e uma forma maligna.

'Agora eu aceitarei seu corpo. Mas como punição por descumprir com sua palavra e não me obedecer, seus filhos, os filhos de seus filhos e todos aqueles que tiverem seu sangue em suas veias também assumiram a mesma forma que você e viverão comigo eternamente dentro desta floresta' Disse o espírito.

E assim foi feito. Graças ao sacrifício da humanidade de muitos, a vida de muitos outros foi salva e a terra nunca mais se fez infértil. Mas até hoje, um grande medo permanece no coração do povo. É contado também que quando o primeiro foi transformado em lobo para ser dado ao espírito, ele jurou vingança por sua família. jurou que sua alma um dia voltaria para punir o guardião egoísta da floresta, e que o corpo que ele tomou seria sua ruína."

Com essa lenda em mente, o jovem guerreiro se dirigiu a floresta com espada em punhos e a bravura nos olhos, decidido a derrotar a fera e a voltar para seu reino para ser aclamado em glórias e honra.

Logo ele iria travar uma batalha que mudaria o curso do destino.

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"Ser integro não significa manter a sua palavra, e sim não deixar que esta vá contra os seus princípios."


2 de out. de 2010

Crônicas de um espírito - Capítulo 4

Todos nós morremos um dia. Está é uma certeza que podemos ter a partir do momento em que nascemos. A morte do corpo virá para todos. As vezes ela é particularmente cruel e acaba nos ferindo profundamente com culpa e pesar. Mas não tenha dúvida, o universo é imparcial e justo. É o nosso trabalho apoiar e guiar aqueles que se perdem ao perderem o próximo.

Fernando estava viajando de São Paulo a trabalho. Ele era caminhoneiro e estava terminado uma entrega de produtos na Baixada Santista, se aproximando de Peruíbe.

Ele estava muito cansado. Havia passado a tarde inteira dirigindo e mal podia esperar para poder jantar, assistir um pouco de televisão e dormir em paz. Sua esposa havia ligado para ele avisando que iria passar o final de semana na casa da mãe, que estava doente, deixando a casa só para ele.

Fernando também estava preocupado com a sogra, que está doente há muito tempo e não mostrava sinais de melhora. Mesmo com os desacordos com o sogro, ela sempre apoiava o relacionamento dele com sua filha, e doia muito pensar em perdê-la.

Mesmo assim, fazia muito tempo que ele não tinha um final de semana inteiro para si mesmo, então ele acelerou o caminhão um pouco mais.

"Tome mais cuidado no trânsito. Mesmo que você aumente a velocidade, não ganhará mais do que alguns minutos." Disse eu.

Minha vóz não o alcançou, mas mesmo assim ele pode sentir as minhas palavras e, consequentemente, diminuir para uma velocidade segura.

"Estamos quase chegando. Logo estaremos em Peruíbe e você poderá fazer a sua entrega. Mas nem tudo vai como o esperado. Você também não pode se culpar por isso sabe?" Disse eu.

Continuamos por mais alguns minutos na estrada até nos aproximarmos da entrada de Peruíbe. Fernando estava um pouco sonolento e planejava tomar um café na cidade antes de voltar para São Paulo. Já havia feito algumas entregar por lá no passado e conhecia alguns lugares onde poderia comer alguma coisa. Além disso, ele já estava ficando enjoado de tanto ficar na estrada.

"Preste atenção na estrada Fernando. Falta pouco." Disse eu "Hoje eu vim buscar um irmão que veio apenas para pagar o tempo que ele devia de sua vida passada. E você será o intermediário."

Fernando parecia mais disperto e atento conforme eu falava. apesar de não escutá-las, minhas palavras ainda surtiam efeito nele.

"Nada do que está prestes a acontecer é culpa sua. Isto também será uma provação para você. Não sofra mais do que o necessário, não há razão para carregar cruzes que não existem. A ilusão da separação é apenas momentânea. Encare tudo como uma lição."

Segundos depois, fizemos uma curva e entramos em peruíbe. Logo depois da pirâmide que marca a entrada da cidade, Fernando avistou a silhueta de uma mulher com um carrinho de bebê a atravessar a rua no sinal vermelho. Todo o resto aconteceu muito rápido. Um carro businou e avançou contra a mulher sem conseguir frear, atropelando-a. Numa tentativa de salvar sua criança, ela empurrou o carrinho para frente segundos antes de ser atropelada. O carrinho desgovernado acabou rodopiando e parando na frente do caminhão de Fernando. Não houve tempo para desviar.

Lucas Rangel Lima

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"Nada é como achamos que deveria ser, e entre as coisas que nós julgamos que deveriam ser, pouquíssimas estão certas. Sabendo disso, devemos tentar nos compreender e ao próximo, para entendermos por que as coisas são como são."