30 de jul. de 2011

I Can´t Fly

I guess there are times in our lifes that we just... Can´t understand. Something we did in the past, something we are doing to someone, things that we are thinking or that we used to think... Everything that one day in the future, when we look back to analise it, will look like infant drawings.

Right now I´m feeling like that. A thought that I can´t seem to understand is taking control over myself, an invisible and untoucheable excitement... The only expression that I can think of to explain it would be "freedom".

But that feeling is stuck inside me, crushing my chest, making my body tremble. Like a chained beast, trying to release itself. It´s frustrating... In many ways...

And after thinking about it more deeply, I kind of understood what is it. I... Want to fly. Not the "driving a plane" fly, I want to feel the liberty of having the sky in my hand's grasp, to feel the wind in my face, everything...

But I guess something like that is impossible. Because I Can´t Fly. The only thing I can do is to sit here and wait, until this feeling vanish in disapointment.

And after that, I will just forget it. Like all the other infant drawings's like dreams I had.

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"Every single dream you have is like a picture drawn by yourself, directly linked to your future"

23 de jul. de 2011

O Pequeno Show

Um dia desses, enquanto andava pela rua, acabei parando para escutar um show de MPB. Era um grupo da cidade mesmo, cantando algumas músicas as quais apenas conheço (graças aos meus pais).

As canções eram belas. Não muito populares nos dias de hoje, mas ainda assim, bonitas, gostosas de se ouvir. Eu acabei perdendo a noção do tempo por alguns minutos, simplesmente admirando o toque. Mas havia uma coisa que me deixara chateado.

Quase ninguém estava ali comigo, em frente ao palco. Nas duas horas pelas quais eu acompanhei o show, aproximadamente trinta pessoas chegaram a parar para escutar. Enquanto isso, grupinhos de adolescentes se juntavam ao redor para papear e escutar músicas aleatórias sem fones de ouvido e atrapalhando deliberadamente.

Ao acabar do show, eu comecei a escutar as conversas. Aparentemente, além da impopularidade do MPB hoje em dia e dos jovens sem noção, a má publicação do evento também era um fator negativo forte que havia contribuído com aquele cenário. Afinal, ainda existem muitos dispostos a vir escutar músicas de sua época.

Acabei voltando para casa decepcionado ao invés de alegre. Apesar de carregar em minha memória um momento tão especial, eu lamento por não serem muitos que poderiam compartilhá-lo comigo.

Lucas Rangel Lima

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"Com o passar do tempo, as pessoas mudam. Para aqueles que ficam, só resta o dilema: Pesar pelo que passou ou se deixar levar pelo que veio?"

Meu Último Dia

Em meu último dia, eu acordei de mesma maneira de sempre. Meu despertador tocou as nove, depois novamente as dez, quando eu finalmente me levantei. Peguei então minha toalha, uma muda de roupa e tomei um banho. Cumprimentei meus familiares, comi meu café da manhã e saí.

Uma vez fora de casa, fui visitar alguns amigos. Não me demorei muito com nenhum em particular, mas tentei aproveitar ao máximo meu curto tempo com cada um deles. Ao final da tarde, a única coisa da qual me arrependi era do fato de não serem muitos.

Ao voltar para casa, já tendo comido alguma coisa, liguei meu computador e tratei de conversar com os amigos que não poderia visitar. Conversa aqui, conversa lá, nos despedimos e eu resolve assistir a um filme com meus pais. Passamos um tempo escolhendo para finalmente decidir pelos clássicos de sempre, então assistimos distraídos repetindo todas as falas já decoradas dos personagens.

O filme acaba tarde. Me levanto e me despeço daqueles que vão dormir. Eu ainda não posso, afinal, é meu último dia. De forma a não ter arrependimentos, eu dedico o fim desse dia a mim mesmo. Escuto minhas músicas favoritas, atualizo meu blog, penso nos meus amores e pretensões, reflito sobre a vida... Até que em fim, tudo se acaba. Sem pesares nem incertezas, apenas um dia vivido como se deveria viver todos os outros.

Lucas Rangel Lima

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"Muitos dizem que é necessário viver todos os dias como o último. Eu digo para começar vivendo pelo menos um"

19 de jul. de 2011

O Momento Em Que Esperei

Agora eu entendo a sensação,
Contraditória,
Que sentimos
Quando nosso corpo treme de alegria
Ao mesmo tempo em que nossa alma apenas treme

Se pedi por favor
Peço que esqueça.
Ou que pelo menos desconsidere...
Pois eu não tinha intenção de lhe impor nada
Quem deveria ter continuado procurando
Era eu.

Me sinto como um tolo
Ao escrever essas palavras
Um covarde, que não tem coragem de lhe dizê-las
Um hipócrita,
Que só faz ter dó de si mesmo

Mas se tenho tempo para lamentar
Também tenho tempo para refletir
E amadurecer,
Pois até agora estive pensando
Que fosses a única que poderia estar ao meu lado
Quando na verdade, quem estava a fitar suas costas
Era eu.




Se nessas palavras um dia você encontrar luz
Se ao seu lado eu um dia seja digno de ficar
Se minhas forças um dia forem suficientes para lhe alcançar
Quando este momento chegar, não vou mais me arrepender
Desse momento

Do momento em que eu apenas esperei.

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"Se não estais preparado para aceitar o tudo de alguém, também não estais preparado para pertencer por completo ao mesmo."

15 de jul. de 2011

Na Cidade Sem Futuro

Acordo cedo de manhã
E me levanto mesmo ainda estando com sono
Não como nada
Apenas lavo o rosto e o corpo
E começo um dia

Na cidade sem futuro
Simples e deprimente
Onde eu não cresci

As vezes ainda penso
No tempo em que estive longe dessas correntes
Naquele lugar onde amadureci um pouco
Onde eu podia ver além do hoje

Aqui não há nada me esperando
Nada a ser encontrado por mim
Nada que possa ser realizado por mim
Nada que possa me motivar
Nada que me faça mover

Mesmo assim eu permaneço

Na cidade sem futuro
Sem propósito, sem sonhos
De onde eu quero sair

Mas o mais triste de tudo
É que dentro dela, minha voz nada alcança
Nela, meu brilho é ofuscado
Minha vontade é estrangulada
Eu me torno uma sombra
A sombra de um poeta
Que mal faz escrever




Acordo cedo de manhã
E me levanto mesmo ainda estando com sono
Não como nada
Apenas lavo o rosto e o corpo
E começo um dia

Na cidade sem futuro
Triste e decadente
Sem esperança, sem amor

Onde apenas lágrimas podem se mover

Lucas Rangel Lima

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"Você pode estar restringido da forma mais completa possível, mas ninguém pode retirar a liberdade de seus pensamentos. Não se você não quiser"

11 de jul. de 2011

Passos

Acordo de um sonho, cansado e com frio
Em um cenário branco, pintado pela neve

Não existe contraste a se ver no horizonte
A única coisa que eu sinto é o vento

Ascendendo ao céu, como se estivesse a me chamar.

Sinto ser capaz de voar, de ir a qualquer lugar
Sinto me livre, mas só faço pensar
"Se tudo continuar assim, poderei ser... Feliz?"

Então me rendo ao vento
Ouvindo em seu sopro o som de um milagre

Afinal, se eu não conseguir,
Tenho toda a eternidade a minha frente
Toda a luz
E todo o amor que existe

Me esperam.

Lucas Rangel Lima

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"Todos temos que continuar andando em algum momento, pois nenhum sonho dura para sempre. Não importa quão bom, nem quão triste, o despertar um dia chegará."

5 de jul. de 2011

A Tristeza e o Cemitério

Era uma vez um homem, que vivia entre as centenas de túmulos de um cemitério. Este homem não tinha dinheiro nem moradia, era como uma sombra que morava em meio aos mortos e que se alimentava apenas das oferendas trazidas pelos familiares destes.

Ele era um momem sem história, sem passado. Sua vida não possuía propósito se não zelar por aqueles que já não precisam de seu auxilio. Seus dias se resumiam a perambular por aquele extenso cemitério, buscando oferendas das quais pudesse se alimentar.

Até que um dia, ele se encontrou com uma criança. Ao contrário de todos os adultos que a acompanhavam, e de todas as pessoas que ali um dia pisaram, ela se aproximou dele. Ela o notou. Para ela, ele não fazia parte do cenário, não era uma existência sem propósito. Para aquela criança, que experimentara tão cedo a dor da perda, o homem parecia ser a personificação de seus sentimentos. Todo o seu pesar, toda a sua tristeza, tudo era refletido naquela figura que vagava por ali aceitando oferendas por aqueles que não podiam fazê-lo.

E ao ver aquela figura, ao ter aquele rosto pesaroso refletido em seus olhos, a criança entendeu uma coisa, e parou de chorar. Deixou seu pesar de lado, e voltou ao altar, onde pôde abraçar seus parentes e consolá-los.

Quando todos foram embora, o homem se deu conta de seu propósito. Se deu conta de que deveria ir embora daquele lugar. Se deu conta de que os sentimentos ali depositados eram o que realmente o alimentava, e como aquela criança havia feito, deveria abandona-los.

Então ele esqueceu sua tristeza e partiu, esperando pela sua próxima chance.

Lucas Rangel Lima

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"Pesar pelo próximo é compaixão. Por si mesmo é apenas auto-piedade, e só trará mais dor"