11 de out. de 2011

O Devorador de Maldições - Prólogo

Então, faz um tempo que eu to pensando em voltar com outro conto, tipo O Rei e o Lobo (adorei escrever aquilo), mas não tinha nenhuma ideia para desdobrar (mesma razão por n]ao estar continuando A Vida Que Eu Sonhava Ter e More Than a Soldier, Less Than a Man), portanto me perdoem se está não ficar muito boa.

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Em uma era antiga, quando os homens ainda dominavam os segredos da magia e dos reinos divinos, nasceu entre eles um jovem promissor, que se destacava principalmente nas artes da forja e da feitiçaria. Seus dons eram inequiparáveis, permitindo-o a alcançar a maestria em uma vasta quantidade de estilos antes mesmo da idade adulta.

Cada uma das espadas encantadas que ele forjava era digna dos maiores heróis, e não havia um homem que ao colocar suas mãos em uma delas não realizou feitos lendários.

Porém, isso pouco interessava ao jovem. Uma vez que sua visão e compreensão ascendiam as dos que o cercavam, tudo o que se passava era óbvio, e portanto comum a ele. Por entender demais, ele perdeu a capacidade de interagir e compartilhar com seus iguais.

Então, ele continuou forjando, a procura do que lhe faltava. Em sua cabeça, as espadas que saiam de sua fornalha eram as únicas companheiras que ele possuía. E mesmo elas, por conta de sua excelência, estavam destinadas a abandoná-lo.

Dia após dia ele dedicava seu tempo aos estudos, a busca por materiais e por novos encantos, forjando cada vez mais poderosas armas. Na idade adulta, ele já não permitia que suas companheiras vivessem mais de um dia, uma vez que estas agora eram tão poderosas que sua mera existência punha em risco a centenas de vidas.

A solidão e o tempo o haviam cegado. Ou melhor, o havia feito entender que ele nunca alcançaria sua resposta. Não importasse quantas espadas criasse, quantos heróis elas por si mesmas criassem, quanto significado seus feitos obtivessem, ele continuaria tão distante e solitário quanto sempre estivera.

E como seu último ato, talvez porque já havia sido dominado pelo cansaço, talvez como um último recurso para realizar seu objetivo, ele forjou treze lâminas. Cada uma com a capacidade de entender o coração de seu mestre e manifestar a força do espírito do mesmo. Dessa forma, mesmo que ele nunca fosse entender o coração de  outra pessoa, aquelas que ele considerava sua única companhia iriam fazê-lo.

Assim, o pobre ferreiro morreu, sem saber que as lâminas que ele havia criado como sua esperança receberiam um dia a alcunha de "Portadoras* da Desgraça".

*"Portadoras" com a conotação de quem traz, não de quem carrega.

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"Não importa o que dizem, apenas tentar compreender o próximo nunca basta. Este se provaria apenas mais um modo de morrer sozinho. O que mais precisamos é nesse processo, sermos compreendidos."

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