14 de nov. de 2012

Seu Semblante


Olhei para você, de costas para mim
Fitando o luar a adentrar o quarto pela janela
Esticando os braços, levemente cansada
E sorri, pensando
"Acho que me apaixonei..."

Não sei dizer quanto tempo durou
Só sei que a memória de seu riso é eterna
Não sei dizer se o que eu sinto te alcançou
Só posso afirmar que todos os seus atos
Tudo
Me cativava

E Seu Semblante
É lindo...

Ainda penso em ti, sabe?
Quando chega a noite...
Quando o luar volta a me visitar...

Fico me perguntando se ele te procura
Dentro do meu quarto, sobre a minha cama
Onde você sempre poderá vir descansar
Onde você sempre terá o seu lugar...

Então abro mais a janela
Como quem te espera por ela entrar
Fico procurando Seu Semblante
E passo a noite em claro
A te desejar

Não sei dizer quanto tempo ainda vai passar
Só sei que o amor que cresceu em mim é eterno
Não sei dizer se o que eu disse ainda te faz lembrar
Só gostaria de poder afirmar que sim
Que você ainda me guarda em si
E que Seu Semblante
Sorrindo, chorando, com raiva ou feliz,
Permaneça sempre belo
Sob a luz do mesmo luar
De quando estávamos juntos...

Lucas Rangel Lima

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"Quem não sabe aproveitar o momento, tem todo o futuro para sofrer e aprender."

11 de nov. de 2012

Amargo


Depois de rir e brincar como um idiota
Subo a rua de noite às gargalhadas
Ferido e cansado, mas vivo
Mal me deito ao chegar em casa

Só digo não a proposta de uns amigos
E durmo no sofá,
Sozinho.
Nem preciso descrever o gosto
Que impregnava meus lábios nessa noite

Minhas piadas ainda ecoam em minha cabeça
Junto com a frustração que eu combatia ao fazê-las

Lembro de todas as vozes companheiras
E de suas tentativas de explicar as coisas
Para justificar tudo...

Como se não bastasse,
Lembro também das outras
Que esses companheiros mal conhecem
E não têm culpa por me lembrar

Amargo
E vermelho
Cansada
E sombria

Sim...
Meu sangue e minha alma...
Que não vão atrair ninguém.

Lucas Rangel Lima

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"Como ser capaz de se amar quando não se é amado?"

2 de nov. de 2012

Um Pierrot Sem nome

"Está tudo bem, não há nada de errado"
É mais que clichê, que isso aconteça.
Num momento, me equilibro numa bola,
No seguinte, estou caindo de cabeça.

É a função deste Pierrot de circo.
Trazer a um mundo frio, a gargalhada.
Fazer que o público, reunido em volta,
Estando sério, comece a dar risada.

Te vi então, chorando na platéia.
Chorando segredos teus, dos bem guardados.
Daqueles que só tu sabes, e não divides;
Seja com amigos, irmãos ou namorados.

Mas não pode escondê-lo deste Palhaço.
Que atrás da máscara esconde sua miséria.
Este Palhaço vê tua felicidade triste.
E vê também essa tua "alegria" séria.

Tornou-se então o sonho deste Palhaço
Trocar essa tua tristeza por alegria.
E é agora seu real objetivo,
Trocar por felicidade, tua agonia.

"Tu mentes, e isso me entristece" Tu disseste
Em momento algum parando de soluçar;
"Não te contei uma mentira sequer" Respondi
E em seguida tu voltavas a chorar.

"Mostra-me tua verdadeira face" Me pediste
"Aquela que à platéia não irás mostrar.
Pois sentir dor, ou chorar quando estas triste
Não é razão de se envergonhar"


"Está tudo bem, não há nada de errado" Prosseguiste
"Tu segues o mesmo caminho que eu sigo,
Não precisas enfrentar tudo sozinho.
Me dê a mão, e eu chorarei contigo.


"Está tudo bem, não há nada de errado.
Tu encontrastes para mim meu rosto perdido.
Não é como se eu nunca tivesse sabido sorrir
É só que eu já havia me esquecido."


E então, como num passe de mágica;
Eis que o Palhaço mentiroso some
Pois nesse pequeno circo chamado vida,
Não sou mais que um Pierrot sem nome.