Havia um homem
Em cujas palavas ninguém ousava confiar
Cuja fidelidade era constantemente duvidada
Que apesar de nunca ter mentido
Era sabido que também não lutava para ser verdadeiro
Seu coração era incerto
Suas promessas impulsivas
Suas emoções eram caóticas
E até mesmo seus mais íntimos desejos
Não sabiam ser constantes
Sua alma vivia em um limbo
E além de afastar a todos
Ele se via cada vez mais vazio
Cada dia mais pesado
Perdendo de vista e esquecendo o que era a luz
Um hipócrita solitário
Incapaz de oferecer o que ais deseja
Um covarde em negação
Que só sabe culpar e e pedir desculpas
Ferir e fugir quando ferido...
Ninguém estaria errado
Por nele não confiar
Pois mesmo "querendo" mudar
Mesmo fazendo essa "escolha"
Ele mesmo admitia
Era um fraco
Lucas Rangel Lima
28 de jun. de 2014
A Rosa
Ao ver suas pétalas caindo
Sua beleza secando e murchando
Seus espinhos manchados de sangue
E o inverno se aproximando
A rosa estremeceu
E olhou para si mesma
Ela lembrava de cada mão que a tocara
Cada dedo que por medo ferira
Cada vez que rejeitara o calor de alguém
Cada mancha em seu espinhos
E se perguntava, arrependida
Se poderia ter feito diferente
Ela lembrava de cada um que a admirara
Cada amor que quase sentira
Cada vez que iludira alguém com seu aroma
Cada ruga em suas pétalas
E se perguntava, desiludida
Se poderia ter sido real
Ela já não sabia o que sentir
Talvez até desejasse perecer
Por todos os seus erros, todos os seus enganos
Por todo o ódio que senti de suas pétalas e espinhos
Tão contraditória quanto seus sentimentos
Por toda a dor que ser a si mesma lhe causara
E se perguntou, entristecida
Se sequer merecia outra chance
Se não seria melhor simplesmente murchar
Lucas Rangel Lima
Sua beleza secando e murchando
Seus espinhos manchados de sangue
E o inverno se aproximando
A rosa estremeceu
E olhou para si mesma
Ela lembrava de cada mão que a tocara
Cada dedo que por medo ferira
Cada vez que rejeitara o calor de alguém
Cada mancha em seu espinhos
E se perguntava, arrependida
Se poderia ter feito diferente
Ela lembrava de cada um que a admirara
Cada amor que quase sentira
Cada vez que iludira alguém com seu aroma
Cada ruga em suas pétalas
E se perguntava, desiludida
Se poderia ter sido real
Ela já não sabia o que sentir
Talvez até desejasse perecer
Por todos os seus erros, todos os seus enganos
Por todo o ódio que senti de suas pétalas e espinhos
Tão contraditória quanto seus sentimentos
Por toda a dor que ser a si mesma lhe causara
E se perguntou, entristecida
Se sequer merecia outra chance
Se não seria melhor simplesmente murchar
Lucas Rangel Lima
24 de jun. de 2014
O Pianista e a Cantora
No fundo de um palco
Onde uma bela cantora se apresentava
Se encontrava um velho pianista
Como quem desejava não ser notado
Ele deixara seu piano no canto mais escuro
O mais afastado possível da cantora
De forma a poder vê-la somente pelas costas
Era o suficiente para ele
Enquanto ela sorrisse discreta em sua direção
Ele tocaria por ela
Mas em algum momento, algo mudou
Sem que o pianista tivesse percebido, algo mudou
Talvez sem que a própria cantora percebesse, algo mudou
No sorriso discreto que antes era suficiente, algo mudou
Ao ser amada pela platéia
Que a admirava com Paixão, tão próxima
Ela esqueceu de cantar por ele
De sorrir para ele
O pianista não sabia o que fazer
Sentia tanto medo, tanta dor
Se encontrava tão perdido, sem amor
Que suas mãos tremeram em seu piano
Paralisaram sobre as teclas
Ele queria ir embora
Deixá-la com a platéia que ela decidira abraçar
Esquecê-la como ela parecia tê-lo esquecido
Mas ela o chamou pelo seu nome
Disse que precisava de seu piano
Que não queria cantar sem ele
Como se não o tivesse esquecido no palco
Como se ele fosse tão importante quanto a plateia
Ele então decidiu ficar
E passou a ouvi-la enquanto era ignorado
Sem motivação nenhuma
Senão o amor que lhe restara
Pelo sorriso que um dia ela lhe ofereceu
Lucas Rangel Lima
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