28 de jun. de 2014

A Rosa

Ao ver suas pétalas caindo
Sua beleza secando e murchando
Seus espinhos manchados de sangue
E o inverno se aproximando
A rosa estremeceu
E olhou para si mesma

Ela lembrava de cada mão que a tocara
Cada dedo que por medo ferira
Cada vez que rejeitara o calor de alguém
Cada mancha em seu espinhos
E se perguntava, arrependida
Se poderia ter feito diferente

Ela lembrava de cada um que a admirara
Cada amor que quase sentira
Cada vez que iludira alguém com seu aroma
Cada ruga em suas pétalas
E se perguntava, desiludida
Se poderia ter sido real

Ela já não sabia o que sentir
Talvez até desejasse perecer
Por todos os seus erros, todos os seus enganos
Por todo o ódio que senti de suas pétalas e espinhos
Tão contraditória quanto seus sentimentos
Por toda a dor que ser a si mesma lhe causara
E se perguntou, entristecida
Se sequer merecia outra chance

Se não seria melhor simplesmente murchar

Lucas Rangel Lima

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