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Ultimamente estou ficando meio desmotivado com a falta de comentários. Sério. Comentem. Nem que seja pra falar mal. Eu gosto de ver um post com muitos comentários.
Mas deixando de lado o momento emo, vamos à crônica da vez.
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Confusão, indignação, surpresa, encanto e medo. Um misto dessas emoções é o que domina a minha mente neste momento. Não tenho certeza do que aconteceu, do porque de ter acontecido nem como aconteceu, mas lá estava eu, no meio do desconhecido.
A minha memória acabava no momento em que eu saltei para o mar na tentativa de salvar uma criança. Nem me lembro se era uma menina ou um menino. Tenho a impressão de que a praia estava movimentada de mais e que por isso não notei a criança sendo levada pelo mar. Algo assim. Agora não importava.
Não importava?
Não! A criança! onde ela está? Quanto tempo passou? Onde está o mar? A praia? As pessoas?
Onde eu estou?
Tentei prestar mais atenção aos arredores. Eu Me econtrava em pé no meio de uma planície de grama cinzenta e árvores escuras. Nuvens de um azul escuro pairavam no ar e não era possível ver o céu. Devia ser noite.
Noite?
A quanto tempo não via a escuridão da noite? E o raiar do sol? O que eu ficara fazendo este tempo todo?
Lentamente, tomei ciência de alguns outros fatos. Fazia muito tempo des do momento em que eu mergulhei para salvar a criança. Meu corpo parecia mais pesado que o normal. Eu me sentia cansado, mas não conseguia dormir. Minha fome e minha sede eram tão grandes que eu poderia enlouquecer.
Ou já tinha enlouquecido? O que eu estava pensando mesmo?
Não me lembro. A última coisa que eu me lembro era do mar. Eu adorava o mar. Mas onde estava o mar?
Longe? não. Eu havia mergulhado, mas não me lembro de sair. Será que estou no fundo do oceano? então como posso estar vivo?
Também não. Não se pode ver nuvens no fundo do oceano, muito menos árvores. Mesmo assim, é possível que eu esteja morto.
Então isso é o inferno? Ou talves não haja inferno. Talvez eu esteja destinado a caminhar por esta planície para o resto da minha vida. Opa, se eu estiver morto, eu não preciso me preocupar com isso.
Estou ficando confuso. Será que enlouqueci? Provavelmente. Mas ainda estou são, eu acho. Afinal, o que diabos aconteceu? Por que estou aqui sozinho?
Sozinho!? Meu Deus! Eu não quero ficar sozinho! Alguém, por favor apareça! Por favor! Eu faço qualquer coisa! Me ajudem por favor! Por favor!...
Alguém me chama. Eu conheço essa vóz. Ela é doce. É como se fosse uma canção que está sendo cantada em meus ouvidos desde que eu nasci. Mas não consigo abrir os olhos. Não consigo me lembrar. Eu estava pedindo por algo. Eu precisava de algo. Mas não preciso mais. Tenho a vóz. Vou ouvi-lá. Mas e se ela se for? Preciso segui-lá! Preciso acordar! Preciso abrir os olhos! Preciso me lembrar! Não importa do que, eu preciso me lembrar! Antes que eu me esqueça e volte para lá denovo! EU PRECISO ME LEMBRAR! ALGUÉM ME AJUDE! POR FAVOR!
Lucas Rangel Lima
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"A morte não nos leva ao desconhecido, apenas nós e nossa própria ignorância. Se não sabemos, é porque fomos assim abençoados. Se sabemos, é porque fomos assim abençoados também. Ou melhor, isso depende apenas de nós"
23 de set. de 2010
15 de set. de 2010
Nova Poesia.
Essa é uma poesia que eu tenho no meu PC faz um tempo. Escrevi ela inspirado na música "Utsusemi no Kage".
Título: Arrependimentos de alguém.
Lucas Rangel Lima
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"Perseguindo o significado da vida, eu incessantemente gritei para os céus, mas para a minha tristeza, pude apenas ouvir o eco de minha própria voz."
Título: Arrependimentos de alguém.
Ainda me lembro daquele sorriso sincero
De alguém que sempre esteve à me consolar
Ainda me lembro daquela promessa quebrada
Que fiz a álguém de quem dói me lembrar
Os dias de verão eram quentes e aconchegantes
O sol brilhava para mim como teus olhos para os meus
Os dias de inverno eram frios mas reconfortantes
O amor sorria para nós quando meus lábios tocavam os seus
Hoje me escondo na escuridão de meu quarto
Trancado na solidão de meus pensamentos
Tentando escapar da tristeza, deitado
Refletindo de novo sobre meus arrependimentos
O que fiz a mim, por pura e tola inocência?
Me privei de seu calor com infantilidade
O que fiz a ti, por puro e fútil egoísmo?
Te roubei seu sorriso e sua felicidade...
Se o amor deixa cicatrizes que nunca vão se calar
Eu fiz você as ouvir, e nunca parar de chorar
Se a solidão causa feridas, que nunca vão se fechar
Eu por você as abri, para nunca parar de sangrar
Ignorei as palavras que eram ditas pelo meu coração
E confundi tolamente meu egoísmo com paixão
Ignorei as súplicas que eram expressadas pelos seus olhos
E afoguei meus sentimentos em suas lágrimas
Achei que estava agindo da forma correta
Enquanto você carregava apenas tristeza em seu peito
Achei que estava te poupando de uma grande ferida aberta
Enquanto você chorava, deitada de noite em seu leito
Deveria procurar por você?
Por seus dedos,
Seus labios,
Seus beijos e seus abraços...
Deveria procurar por um vestígio seu?
Por seus sentimentos
Quebrados,
Um amor que eu fiz em pedaços?
Esta insáciavel tristeza semeada neste tolo homem
Esta insuportável fraqueza que o consome
Agora eu percebo,
Ainda desejo aquele sorriso sincero
de alguém que me ama à me consolar
Não vou desistir daquela promessa quebrada
Que fiz a alguém de quem me reconforta lembrar.
Lucas Rangel Lima
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"Perseguindo o significado da vida, eu incessantemente gritei para os céus, mas para a minha tristeza, pude apenas ouvir o eco de minha própria voz."
10 de set. de 2010
O Rei e o Lobo - Capítulo 1: Prólogo
Há muito tempo, em um país desconhecido, um jovem rei decidiu expandir o território do seu reino para além das montanhas, na grande floresta onde o deus dos lobos vivia. Não seria fácil lidar com os lobos da floresta, pois o deus dos lobos tinha poderes além da compreensão humana. Foi então que o rei teve uma idéia.
Em um dia chuvoso, o rei mandou seu melhor mensageiro percorrer todo o reino a procura dos mais fortes e corajosos guerreiros e organizou um grande campeonato. O vencedor seria abençoado com a "Espada do Reino" e se tornaria o Primeiro Cavaleiro do rei.
Em pouco tempo, a notícia se espalhou e centenas de guerreiros das províncias mais distantes vieram participar do campeonato. Alguns vieram em busca de riquezas e de poder, outros vieram em busca de reconhecimento, mas apenas um conseguiu permanecer invícto. Guerreiros e lutadores de todos os tipos se confrontaram em batalhas que assombraram e encantaram os pensamentos dos espectadores por décadas. Mas mesmo entre tantos colossos, um jovem guerreiro poderoso e talentoso se destacou por sua habilidade e força, derrotando um a um seus oponentes e assim, ganhando o Grande Campeonato.
Ninguém esperava que aquele jovem de origem desconhecida e aparência simples iria chegar tão longe, muito menos vencer o Campeonato. Mas a surpresa foi maior ainda quando sua primeira missão foi anúnciada.
"O rei deseja tomar posse das grandes riquezas ocultas nas florestas além das montanhas, mas esta é protegida por uma fera odiosa com a aparência de um enorme lobo. Nenhum guerreiro jamais retornou do território desta fera, e ela é a única coisa que nos impede de tomar posse da floresta. Nenhum exército pode derrotá-la, nenhuma magia pode subjulgá-la. Cabe ao Primeiro Cavaleiro do rei enfrentar a fera e trazer ao rei suas presas, como prova de sua lealdade."
Com tais palavras ditas, o jovem guerreiro partiu em sua jornada em nome do rei, em busca do reconhecimento e da glória que tanto desejava.
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"Se viver é lutar, morrer significaria paz? Bem, talvez uma coisa não tenha nada a ver com a outra."
Em um dia chuvoso, o rei mandou seu melhor mensageiro percorrer todo o reino a procura dos mais fortes e corajosos guerreiros e organizou um grande campeonato. O vencedor seria abençoado com a "Espada do Reino" e se tornaria o Primeiro Cavaleiro do rei.
Em pouco tempo, a notícia se espalhou e centenas de guerreiros das províncias mais distantes vieram participar do campeonato. Alguns vieram em busca de riquezas e de poder, outros vieram em busca de reconhecimento, mas apenas um conseguiu permanecer invícto. Guerreiros e lutadores de todos os tipos se confrontaram em batalhas que assombraram e encantaram os pensamentos dos espectadores por décadas. Mas mesmo entre tantos colossos, um jovem guerreiro poderoso e talentoso se destacou por sua habilidade e força, derrotando um a um seus oponentes e assim, ganhando o Grande Campeonato.
Ninguém esperava que aquele jovem de origem desconhecida e aparência simples iria chegar tão longe, muito menos vencer o Campeonato. Mas a surpresa foi maior ainda quando sua primeira missão foi anúnciada.
"O rei deseja tomar posse das grandes riquezas ocultas nas florestas além das montanhas, mas esta é protegida por uma fera odiosa com a aparência de um enorme lobo. Nenhum guerreiro jamais retornou do território desta fera, e ela é a única coisa que nos impede de tomar posse da floresta. Nenhum exército pode derrotá-la, nenhuma magia pode subjulgá-la. Cabe ao Primeiro Cavaleiro do rei enfrentar a fera e trazer ao rei suas presas, como prova de sua lealdade."
Com tais palavras ditas, o jovem guerreiro partiu em sua jornada em nome do rei, em busca do reconhecimento e da glória que tanto desejava.
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"Se viver é lutar, morrer significaria paz? Bem, talvez uma coisa não tenha nada a ver com a outra."
1 de set. de 2010
Crônicas de um espírito - Capítulo 3
Todos nós morremos um dia. Está é uma certeza que podemos ter a partir do momento em que nascemos. A morte do corpo virá para todos. As vezes ela rápida e fulminante, as vezes ela se demora mais do que deveria. Mas não tenha dúvida, o universo é imparcial e justo. É o nosso trabalho esperar e ajudar as almas de nossos irmãos menores quando for necessário.
Daniel estava deitado em sua cama no hospital. Há muitos meses não saia daquele quarto, pois era necessário acompanhamento médico constante no seu caso. Ele já estava se sentindo mal há algum tempo antes de ser levado para o hospital, mas não havia levado os sintomas a sério. Apenas quando teve um ataque cardíaco na academia Daniel foi socorrido e descobriu suas doenças.
Em seu diagnóstico, constavam cirrose medicamentosa e complicações cardíacas resultantes do uso prolongado de anabolizantes. Se ele tivesse demorado mais algumas semanas para ser atendido suas chances de sobrevivência seriam mínimas.
"Graças a Deus..." Pensava Daniel.
Os médicos haviam marcado uma cirurgia de transplante de fígado para Daniel para hoje. Em alguns minutos ele estaria na sala de cirurgias sendo operado. Depois de ser operado e receber alta do hospital, ele planejava voltar para a casa dos pais e viver com eles até arranjar um emprego. O susto o havia convencido a desistir de usar anabolizantes e qualquer medicamento prejudicial a saúde.
Mas o médico havia avisado-o. Graças ao dano no coração, a cirurgia poderia ser perigosa, e ele poderia morrer. Mesmo assim, ele concordou.
"Toda cirurgia é perigosa, e eu posso morrer a qualquer momento mesmo!" Pensava ele.
Depois de alguns minutos, a enfermeira veio buscá-lo no quarto.
"Senhor Daniel? Vou levá-lo até a sala de cirurgias." Disse ela.
"Obrigado." Respondeu Daniel.
Eu os segui pelos corredores do hospital. Pelo caminho, vi vários outros pacientes acompanhados por espíritos como eu. Alguns ficariam ali por dias, talvez meses, até o momento em que finalmente desencarnariam, alguns seriam levados hoje mesmo, e talvez tenha algum que viva por anos agarrado a sua vida, carregando sua efermidade em desespero. Mas isso era escolha deles.
Daniel foi anestesiado e colocado na mesa cirurgica e a operação começou. As horas se arrastavam lentamente enquanto eu esperava o coração dele enfraquecer. A cada minuto os médicos pareciam mais confiantes e hesitantes ao mesmo tempo. A cirurgia estava indo bem e parecia que tudo iria dar certo.
"Eu não vou perder você!" Pensava a cirurgiã.
"Não, você não vai" Disse eu. "A morte é apenas uma travessia, não existe perda real. Não se preocupa, não será culpa sua".
Eu me aproximei do corpo deitado de Daniel e coloquei minha mão em seu peito. Meus dedos atravessaram seu tórax e chegaram ao seu coração. Imediatamente, Daniel sofreu um ataque cardiaco e morreu.
"Agora está tudo bem..." Disse eu para Daniel.
Mas antes de eu conseguir levar Daniel comigo, a cirurgiã interviu.
"O DESFRIBILADOR! RÁPIDO!" Gritava ela.
Os enfermeiros trouxeram o aparelho e ela rapidamente tentou reanimar o paciente.
"Não adianta. Ele precisa ir" Disse eu.
"NÃO COMIGO! NÃO NA MINHA MESA" Gritava ela.
"Não faz diferença. Não é responsabilidade sua" Insisti.
"EU NÃO QUERO SABER! VOCÊ NÃO VAI MORRER ASSIM!" Continuou ela.
Lentamente, eu retirei minha mão do peito de Daniel. Seus batimentos cardiacos voltaram lentamente ao normal.
"Muito bem então. Eu volto outro dia" Disse eu, por fim.
Lucas Rangel Lima
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"Se nós insistirmos, podemos quebrar qualquer pedra que esteja em nosso caminho. Mesmo que isto resulte em uma montanha caindo sobre nossas cabeças"
Daniel estava deitado em sua cama no hospital. Há muitos meses não saia daquele quarto, pois era necessário acompanhamento médico constante no seu caso. Ele já estava se sentindo mal há algum tempo antes de ser levado para o hospital, mas não havia levado os sintomas a sério. Apenas quando teve um ataque cardíaco na academia Daniel foi socorrido e descobriu suas doenças.
Em seu diagnóstico, constavam cirrose medicamentosa e complicações cardíacas resultantes do uso prolongado de anabolizantes. Se ele tivesse demorado mais algumas semanas para ser atendido suas chances de sobrevivência seriam mínimas.
"Graças a Deus..." Pensava Daniel.
Os médicos haviam marcado uma cirurgia de transplante de fígado para Daniel para hoje. Em alguns minutos ele estaria na sala de cirurgias sendo operado. Depois de ser operado e receber alta do hospital, ele planejava voltar para a casa dos pais e viver com eles até arranjar um emprego. O susto o havia convencido a desistir de usar anabolizantes e qualquer medicamento prejudicial a saúde.
Mas o médico havia avisado-o. Graças ao dano no coração, a cirurgia poderia ser perigosa, e ele poderia morrer. Mesmo assim, ele concordou.
"Toda cirurgia é perigosa, e eu posso morrer a qualquer momento mesmo!" Pensava ele.
Depois de alguns minutos, a enfermeira veio buscá-lo no quarto.
"Senhor Daniel? Vou levá-lo até a sala de cirurgias." Disse ela.
"Obrigado." Respondeu Daniel.
Eu os segui pelos corredores do hospital. Pelo caminho, vi vários outros pacientes acompanhados por espíritos como eu. Alguns ficariam ali por dias, talvez meses, até o momento em que finalmente desencarnariam, alguns seriam levados hoje mesmo, e talvez tenha algum que viva por anos agarrado a sua vida, carregando sua efermidade em desespero. Mas isso era escolha deles.
Daniel foi anestesiado e colocado na mesa cirurgica e a operação começou. As horas se arrastavam lentamente enquanto eu esperava o coração dele enfraquecer. A cada minuto os médicos pareciam mais confiantes e hesitantes ao mesmo tempo. A cirurgia estava indo bem e parecia que tudo iria dar certo.
"Eu não vou perder você!" Pensava a cirurgiã.
"Não, você não vai" Disse eu. "A morte é apenas uma travessia, não existe perda real. Não se preocupa, não será culpa sua".
Eu me aproximei do corpo deitado de Daniel e coloquei minha mão em seu peito. Meus dedos atravessaram seu tórax e chegaram ao seu coração. Imediatamente, Daniel sofreu um ataque cardiaco e morreu.
"Agora está tudo bem..." Disse eu para Daniel.
Mas antes de eu conseguir levar Daniel comigo, a cirurgiã interviu.
"O DESFRIBILADOR! RÁPIDO!" Gritava ela.
Os enfermeiros trouxeram o aparelho e ela rapidamente tentou reanimar o paciente.
"Não adianta. Ele precisa ir" Disse eu.
"NÃO COMIGO! NÃO NA MINHA MESA" Gritava ela.
"Não faz diferença. Não é responsabilidade sua" Insisti.
"EU NÃO QUERO SABER! VOCÊ NÃO VAI MORRER ASSIM!" Continuou ela.
Lentamente, eu retirei minha mão do peito de Daniel. Seus batimentos cardiacos voltaram lentamente ao normal.
"Muito bem então. Eu volto outro dia" Disse eu, por fim.
Lucas Rangel Lima
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"Se nós insistirmos, podemos quebrar qualquer pedra que esteja em nosso caminho. Mesmo que isto resulte em uma montanha caindo sobre nossas cabeças"
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