14 de nov. de 2010

O Rei e o Lobo - Capítulo 3: A Batalha

Uma vez dentro da floresta, o jovem guerreiro começou sua procura pela fera. Sem temer a lenda que lhe foi contada, ele prosseguiu incansável por entre as árvores na escuridão da noite, mas apenas no crepúsculo do segundo dia que ele viria a encontrar seu objetivo.

Depois de andar por horas a fio sem encontrar sinal nenhum da existência da fera, o jovem guerreiro chegou a um grande altar abandonado. A grama crescia de todos os lugares e o verde da flora cobria o chão e as paredes. Aparentemente, o tempo havia tomado toda a majestade daquele lugar, mas ainda permanecia no ar o resquício de magia. Imediatamente, o jovem guerreiro se adiantou para explorar o templo, mas ao pisar na escadaria, ele sentiu o ar estremecer.

Como se fosse chamado pelo seu altar, a fera lupina finalmente se revelou. Seu tamanho era colossal, mesmo se comparado aos maiores ursos do reino. Seus olhos brilhavam com um desejo assassino e suas presas brancas como marfim pareciam vibrar de excitação. Não parecia haver mais nada do espírito protetor sobrando naquela fera. Ela agora era apenas uma máquina assassina com poderes além da imaginação.

Mas mesmo de frente a tal criatura, o jovem guerreiro não estremeceu. Erguendo sua espada contra a fera, ele investiu num ataque feroz. Sua habilidade em batalha foi testada além dos limites enquanto a fera golpeava e rugia incansável. Cada segundo parecia durar horas, a cada segundo pareciam passar dias e cada instante em que se estendia a luta parecia ser uma vitória para o jovem e corajoso guerreiro. Confiante em suas habilidades, ele partiu para o ataque novamente. Com uma velocidade vertiginosa, ele golpeou o rosto da fera, arrancando uma de suas presas.

No instante seguinte, a fera começou a urrar em dor e fúria enquanto seu poder se esvaia de seu corpo. Pouco a pouco seu tamanho diminuia enquanto a magia estocada em seu corpo retornava para a presa arrancada. O jovem guerreiro se aproximou surpreso da presa arrancada aproveitando do desespero da fera. Seu tamanho havia diminuido e agora ela cabia na palma de sua mão. Sua cor puramente branca agora brilhava com a luz da lua.

Mas o lobo não o deixou esperar mais. Recuperado da dor e da surpresa, ele atacou o guerreiro de frente pela primeira vez, por pouco errando sua cabeça. Seu tamanho e seu poder haviam diminuido, mas ele ainda possuía sua outra presa e metade de seus poderes divinos enquanto o seu adversário brandia uma espada cansado e ferido. Mesmo debilitado e machucado, o lobo ainda tinha a vantagem.

Mesmo assim, o jovem guerreiro ainda mantinha um sorriso no rosto. As coisas não tinham mudado desde o começo da luta, mas ele não planejava morrer ali. Apertando firmemente a pequena presa em sua mão, ele investiu contra o lobo com tudo o que tinha de sua força e habilidade. Ao final desta batalha épica, a última presa do lobo foi finalmente arrancada pela espada do jovem guerreiro.

Imediatamente, o altar entrou e colapso e foi engolido pelo chão num terremoto junto ao corpo do lobo. Cansado, ferido e vitorioso, o jovem guerreiro retornou para casa. Mal sabia ele o que as suas ações iriam desencadear.

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"A justiça foi criada pelos homens, mas ainda assim eles são incapazes de julgar seus limites"

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