29 de set. de 2013

Os Espinhos da Rosa

Com minhas mãos manchadas de sangue
Repletas de cicatrizes antigas e feridas abertas
Eu mais uma vez estendo meus dedos trêmulos
E acaricio os espinhos da rosa

Pois ao contrário do que pode ser óbvio
Não é seu aroma que me encanta
Não é sua beleza, quase apetitosa, que me atrai
Mas sim o amor áspero e doloroso
Que só seus espinhos podem me oferecer

Afinal, apenas sentindo-os em minha própria pele
Compreendendo seu propósito com meu corpo
E aceitando tudo o que eles possam me oferecer
Eu seria capaz de amar verdadeiramente a rosa

Sim, pois não basta sonhar com um amor puro
Um amor branco, inocente, perfeito e pleno
Pois um sentimento que não conhece a impureza
Está fadado a se ferir com facilidade
E uma vez desgastado, a desaparecer por completo

Não, eu prefiro que sobrem inúmeras cicatrizes
Pois mesmo que não dure, dessa forma será eterno
Prefiro que haja sinceridade e igualdade
Coisa que pétala nenhuma pode oferecer em sua perfeição

E por essa razão, eu mais uma vez,
Com minhas mãos manchadas de sangue
Repletas de cicatrizes antigas e feridas abertas
Estendo meus dedos trêmulos em euforia e ansiedade
E acaricio amorosamente

Os Espinhos da Rosa

Lucas Rangel Lima

28 de set. de 2013

Sobre o blog "Homem de Bem"...

Lhes apresento um blog pobre, burro, preconceituoso, extremista... A "polbânea" do retardamento mental (como diria meu pai), o http://homemdebem.org/.

Com o irônico nome "Homem de Bem" (serio, só pode ser uma piada), encontramos nesse blog tudo o que ha de pior e de mais hipócrita no pensamento conservador brasileiro. Ele usa de argumentos empíricos e exemplos extremos para passar sua opinião nojenta e quase nazista como verdade, disseminando ideais homofóbicos e sexistas.

Violando claramente o Artigo 20 da Lei do Crime Racial Nº 7716/89, que considera crime sujeito a pena de um a três anos e multa "Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raca, cor, etnia, religião ou procedência nacional." , me surpreende que um blog dessa natureza continue ativo e movimentado.

Me recuso, no entanto, a ignora-lo por completo, preferindo denuncia-lo e apresenta-lo a vocês para que talvez façam o mesmo, de acordo com suas próprias razoes e consciências.

Porque certos "Homens de Bem", aos meus olhos, são tao perigosos quanto políticos corruptos e criminosos comuns.

Obrigado pela atenção.

(Para quem quiser consultar a lei: http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/111031/lei-do-crime-racial-lei-7716-89#art-20 - Tem um artigo 20 revogado e um vigente, logo abaixo

Para quem quiser fazer a denúncia: https://denuncia.uol.com.br/ )

25 de set. de 2013

Free to be Yours

Crashing down into my heart
Throbbing louder and louder each time
Hurting my ears, shouting out
Melting my eyes into tears

Yes, I´m talking about your words
Those words, sweeter than any fire
More loving than any daughter
So charming I can feel their power
Their love
Being carved in my flesh

Now, I can´t barely hear my toughts anymore...
Only the scent of your breath,
The silkiness of your skin on my rough hands,
Your eyes gazing on my mind
As if taking me away
To a blue world of love

I feel glad for no reason
As if you´ve got me hipnotized
Getting closer and closer to my core
Feeding off my blood, off my soul
Anemic and drunken on love
I don´t think I would mind dying now

So come closer
Come over
Bite my neck, tear my flesh
Carve your nails on my back
Let us become one at once

Set me free
So I can be yours...

Lucas Rangel Lima

Kodoku na Kotori

Quebrando a casca da inocencia
Nasce o pequeno passaro sedento por amor
Sem mae alguma no entanto, ele e sozinho
E sem nenhuma outra escolha, ele aprende a voar

VENHA ATE MIM
QUE EU PROMETO TE AQUECER
PROMETO TE PROTEGER DOS ESPINHOS DAS ROSAS
E EM TROCA
ME TORNAR SUA JAULA

Batendo as asas contra o vento
Danca o pequeno passaro desesperado e solitario
Indiferente as penas que lhe sao arrancadas
E a crueldade dos seus sentimentos

VENHA ATE MIM
QUE EU PROMETO TE ACOMPANHAR
PROMETO TE ACARICIAR COM CARINHO TODAS AS NOITES
E EM TROCA
ME TORNAR SEUS GRILHOES

Traido pelo que conhecia como amor
Sonha o pequeno passaro em um ninho de suas penas
Satisfeito com as feridas que agora carregava
E com a profundeza do buraco onde se enterrara

VENHA ATE MIM
QUE EU PROMETO CHAMAR SEU NOME
PROMETO CANTAR AS MAIS BELAS MELODIAS EM SEU BEM
E EM TROCA
ME TORNAR SUA RUINA

Percebendo que continuava tao triste quanto outrora fora
Chora o pequeno passaro enlouquecido por amor
Sem voz alguma no entanto, ele apenas engasga
E sem nenhuma pena restante, ele aprende a gritar

VENHA ATE MIM
QUE EU PROMETO SER SEU
PROMETO EXISTIR SOMENTE POR VOCE E EM SUA FUNCAO
MAS EM TROCA
TEREI DE TI TUDO

BASTA QUE VENHA ATE MIM

24 de set. de 2013

Quando Chegou o Fim

Escuto um suspiro
Digno de alguém cansado de acreditar
Uma desistência, que como todo o esforço
Não iria alcançar mais ninguém

Pois eu também sei como é
Sei como é estender uma mão para o abismo
Debaixo da chuva, cercado pelo frio
E no fim, depois de muito esforço,
Ser obrigado a soltar

Penso em ajudar
Mas sem saber as palavras que deveria dizer
Apenas continuo falando, discursando
Sem ensinar nada a ninguém

Então volto me perguntar
Se existe alguém que viu o que eu não vi
Alguém que não fosse suspirar no fim
Ou que pelo menos não visse o fim no suspiro

Alguém que não fosse soltar a minha mão
Que fosse capaz de vencer do abismo
Apenas por continuar acreditando
Apenas não desistindo

Então percebo que o suspiro,
No final das contas,
Alcançou a mim
E quanto ao fim,
Pelo visto,
Ainda vai demorar a chegar

Lucas Rangel Lima

23 de set. de 2013

A Mão do Escritor

Triste era a sina
Do pobre escritor
Cuja vida era uma
De eterna solidão

Seus passos eram ocos
Ou pelo menos, ecoavam sempre livres

Seus suspiros eram silenciosos
Ou pelo menos, nunca eram ouvidos

Suas lágrimas eram invisíveis
Ou pelo menos, transparentes em demasia

E todos os seus sentimentos
Eram efêmeros demais
Talvez distantes demais
Para qualquer parte do corpo reproduzir

Sim, qualquer parte do corpo
Se não suas mãos

Pois em seu quarto, a noite
Segurando a pena sobre uma folha de papel
A mão caminhava entre multidões por ele
A mão conversava com amigos por ele
A mão lamentava e ria da vida
Por ele

A Mão do Escritor,
Sua parte mais viva,
Sua própria alma
Sua verdadeira forma

A expressão de sua vida

No entanto,
Triste era a sina
Do probre escritor
Cuja vida cabia na palma da mão

Não por ser pequena
Não por faltar significado
Não por não ser bela
Não por qualquer outro motivo
Senão o simples fato
De que a Mão do Escritor,
A que carregava sua vida,
Era apenas a dele

E assim, assim como ele,
Eternamente solitária

Lucas Rangel Lima

22 de set. de 2013

Crônicas de Lumus - Capítulo 2

"Enquanto vocês permanecerem incapazes de se tornarem luz, ainda haverá espaço para a minha sombra"

Diz a lenda que aproximadamente 600 anos atrás, deixando para trás apenas essas palavras, o inimigo foi banido das terras de Lumus através dos esforços de Valerius o Primeiro e dos magos de outrora.

Conhecido na época como "O Primeiro Mago", o inimigo é até hoje lembrado como o mais poderoso Mestre Arcano que já existiu. Sendo o primeiro a ser capaz de utilizar os poderes do Cristal Original, o criador do Castelo Dourado e o inventor de toda a magia conhecida até então, ele é tanto temido quanto admirado por cada cidadão e usuário de magia de todo continente.

Após sua derrota, numa esperança de fortalecer o reino e de garantir a segurança de todos, os magos da época utilizaram de um método a muito esquecido para quebrar o núcleo do Castelo Dourado, onde permanece até hoje o Cristal Original, e tentar reproduzir seu potencial mágico, focalizando em cada cristal um dos elementos mágicos conhecidos.

Entretanto, apesar de terem tido sucesso em produzir os mais poderosos cristais elementais que já existiram, cada um dos cinco cristais possuía apenas um quinto do potencial do Original, no máximo. Apesar de insatisfeitos com a conclusão, os magos então ergueram cinco cidades ao redor do reino, cada uma protegida por um dos cristais, assim criando à Lumus que existe hoje.

Em seguida, contando que a Lamina Dourada, criada a partir de um fragmento do próprio Cristal Original e fator decisivo na derrota do inimigo, bastaria para proteger a Lumus pelo resto da eternidade, os magos passaram seus conhecimentos adiante, junto com seus medos e esperanças, e morreram em paz.

No entanto, vinte anos atrás o inimaginável aconteceu.

Traindo todas as expectativas do reino, o campeão invicto entre os cavaleiros de Matreon, escolhido para suceder à posição de Valerius O Décimo Quinto, se rebelou contra os magos e permitiu que o inimigo tomasse o Castelo Dourado.

Órtus, o Cavaleiro Desgraçado. Depois de executar os mais poderosos magos de todo o reino, ele eliminou a maioria de seus companheiros cavaleiros e dos nobres ali presentes.

As cidades restantes resistiram por meses aos ataques do inimigo, mas munido com a magia do Castelo Dourado, ninguém pôde impedi-lo de dominá-las uma a uma.

Agora, a população que não vive escravizada por magia se refugia em florestas e montanhas longínquas, apenas esperando uma oportunidade de recuperarem sua liberdade.

Apenas esperando uma chance para usarem seu último trunfo...

21 de set. de 2013

Sempre Seu

Eu o criei para você
O criei para que te fizesse companhia
Te protegesse de qualquer perigo
E te desse forças para continuar vivendo

Quando você temeu o fogo,
Ele o devorou em seu lugar
Te aqueceu com o calor de suas chamas
E através da própria dor,
Te ensinou sobre seu poder

Quando você temeu o vento,
Ele o respirou em seu lugar
Te acalmou com o sopro de sua brisa
E através do próprio cansaço,
Te ensinou sobre sua plenitude

Quando você temeu o raio,
Ele o recebeu em seu lugar
Te acalmou com a clareza de sua luz
E através do próprio uivo,
Te ensinou sobre seu terror

Eu o criei para você
Para que se tornasse seja lá o que fosse necessário
Te ensinasse da forma mais gentil possível
Tudo o que a vida lhe tem a oferecer

Com o passar do tempo, no entanto
Ele cresceu, e ficou mais forte
Aprendeu a te amar sozinho
E de seu próprio modo, a te desejar

Quando você temeu as suas presas,
Ele as ocultou com um sorriso
Te enganou com a frieza de um caçador
E ao pensar que havia tido sucesso
Considerou te morder o pescoço

Quando você temeu ao seu olhar,
Ele o disfarçou com a seriedade
Te afastou com a sutileza de um cavalheiro
E ao pensar que não era justo
Considerou te roubar a inocência

E quando você temeu a ele mesmo,
Já era tarde demais

Eu o criei para você
Mas no final das contas,
Tive que trancá-lo dentro de mim
Pois sua companhia lhe oferecia perigo
Seu "necessário" já não sabia ser gentil
E certas forças e ensinamentos,
Pelo menos aos meus olhos,
São dispensáveis

A ponto de vida nenhuma merecê-los.

Lucas Rangel Lima

19 de set. de 2013

Quase um Vazio

Fez como uma voz a morrer
Sufocada pelo frio
Suas palavras se foram
Emudecidas
Deixando apenas fragmentos
De um silêncio
De um gemido

de um Amor...

Brilhando como uma estrela a se apagar
Você engoliu não só a si mesmo,
Mas também à luz de seus companheiros.
O calor que um dia você os oferecera
Deixando escapar apenas a solidão
Uma canção sombria
Um violão abandonado

um sorriso Irônico...

Apagando a tudo,
Com uma chuva sem fim
Nos fazendo lembrar medos do passado
Que outrora nos ensinou a superar

Não há despedida
Apenas a chegada do futuro que você perdeu
Numa escuridão quase sem fim
Não há fogo
Apenas as cinzas da dor que você sentiu
Numa batalha quase sem vitória
Não há bondade
Apenas o ensinamento que você passou
Numa vida quase sem sorrisos

de um coração quase sem Ódio...

deixando para trás
quase um vazio.

Lucas Rangel Lima

18 de set. de 2013

Minha Amada Criatura

Eu a visei esta noite novamente
E mais uma vez, como sempre
Me choquei com o que se tornou

Olhei para o sorriso
Que outrora, tanto me encantara
E vi presas amarelas, ameaçadoras
Cravadas em uma mandíbula quase canina
Prontas para me atravessar

Olhei para a mão
Que outrora, gentilmente me acariciara
E vi garras afiadas, cruéis
Transformando dedos em patas animalescas
Prontas para me rasgar

Olhei para o olhar
Que outrora, tanto me fizera sentir seguro
E vi fendas escuras, abismais
Querendo me aprisionar em terror e arrependimento
Prontas para me engolir

E me devorar em pesadelos

Mas mais uma vez, como sempre
Eu a abracei engolindo qualquer emoção
Qualquer sentimento que não fosse ternura
Súplica, perdão, calor, paixão
Amor

Mais uma vez, eu a abracei
Na esperança de que pudesse trazer o sorriso
Na esperança de que pudesse trazer o abraço
Na esperança de que pudesse trazer o brilho
De que pudesse trazer qualquer coisa de volta
De onde eu não pude evitar
De te deixar cair...

E mais uma vez, como sempre
Você olhou para mim
Rasgou meus braços
E me mordeu
Até estar satisfeito

Indiferente a minha impotência...

Lucas Rangel Lima

16 de set. de 2013

Ao Que Eu Perdi

Me pergunto quando foi que aconteceu
Em que instante exatamente
Aquele sentimento,
Que eu tinha tanto prazer em descrever,
Desapareceu
Escorreu por entre meus dedos
Secou dentro de meus olhos
E morreu em meu peito

Só sei que agora,
O sorriso melancólico que eu esboçava ao te ver
Ficou vazio, se não sumiu completamente
E até a dor pungente que ardia ao pensar em você
Que me fazia sentir vivo
Se tornou apatia, uma ironia sem graça

Será que se soubesse que acabaria assim
Teria eu me ferido mais naquela época?
Se soubesse que tudo era assim, tão etéreo
Tão intangível, tão passageiro
Tão minúsculo perante o destino
Teria eu persistido com mais insistência ainda?

Já não sei,
E infelizmente, acho,
Já não me importo de verdade
Ou talvez me importe, na verdade...
Só talvez

Só sei que agora,
Os minutos agonizantes que eu demorava até dormir
Não mais são preenchidos por memórias suas
E até os sonhos felizes que outrora protagonizavam seu sorriso
Que me faziam desejar ser feliz
Se tornaram sono, puro descanso

Uma fútil fuga da realidade

É...
Me pergunto quando foi que aconteceu
Em que instante exatamente
Aquele sentimento,
Que eu tinha tanto prazer em remoer,
Que mesmo no flagelo me fazia aquecer
Partiu
Sem deixar nem saudades para trás

Lucas Rangel Lima

15 de set. de 2013

O Coração e a Sereia

Hoje, eu vi uma sereia
Mas de tão perto,
Que qualquer outro homem,
-Sim, qualquer outro homem-
Iria se apaixonar

É, hoje eu a vi, 
Seduzindo os marinheiros cansados
Encantando a toda a praia
Espalhando pelo mar sua magia
E oferecendo aos olhares 
Sua beleza

Entretanto
Seu charme não me tocou
Seu encanto não me fez sonhar
Sua magia não me alcançou
E sua beleza, aos meus olhos
Era cinza

Oras, mais que injusto...
Porque só agora?
Se tivesse te conhecido antes,
Ó sereia,
Eu talvez me sentisse consolado...
Se tivesse te visto tão de perto antes,
Ó sereia,
Eu talvez já tivesse chorado...
Se tivesse olhado para mim antes,
Chamado meu nome, ó sereia,
Eu talvez ainda pudesse me apaixonar por ti...
E talvez,

Ainda estivesse disposto a ser levado pelo mar

Como qualquer outro homem
-Sim, qualquer outro homem-
Cujo coração 
Não tivesse secado...

Lucas Rangel Lima

14 de set. de 2013

O Coração Cinzento

Então o coração cinzento
Percebe que não é mais vermelho
Que todo o sangue virou barro
Que sua pele virou papel
Que tantos ossos viraram pó
Os sonhos
Passado
E a vida
Perdeu o sentido

Depois de tanto esforço
Só havia sobrado o cansaço
Depois de toda a espera
A nada ele havia alcançado
Depois de amar por tanto tempo
Ele havia finalmente perdido

Numa forma tão tangível
Que dor nenhuma foi necessária

No entanto, o coração cinzento
Percebe que ainda está vivo
Que apesar de todo sangue ter virado barro
Da sua pele ter virado papel
De tantos ossos terem virado pó
Ele ainda estava vivo

E que os sonhos, o passado
Eram só sonhos

Apesar de todo o esforço,
Do cansaço
Da espera
Da frustração
Do desamor
Da perda

No final das contas,
Ele nunca teve nada mesmo
Qual era a diferença?

Lucas Rangel Lima

12 de set. de 2013

The Tickets

Today I found those tickets
Hidden inside my wallet
Kept safe, always with me
So as to never forget
What I once felt

I took them out then
And felt them with my hands
While remembering your voice
You hair, our face, your smile
Your shyness and your laugh
I looked at them

As if they were someone else's

It was as if I was watching another´s life
An old movie inside my head
Something familiar, yet so distant
That it didn´t matter anymore

The person in that movie
Who loved your hair
Who loved your face
Who loved your smile
Who loved your shyness
Who loved your laugh
Who would look at those tickets
Remember you
And feel sorrow
Was no more

So yeah
I took them out then
Out of my wallet
Crushed them with my hands
And threw them away

Just like garbage.

Lucas Rangel Lima

11 de set. de 2013

Her Arms

And then, somehow,
All the fun turned grey
Everything that made me think
"It´s worth it"
In the blink of an eye
Turned into dust

And now, suddenly,
I feel like I´ve dried up
Tired of carrying myself alone
For the good of love
Unable to even remember
What it was like

To like...

My head hurts
My eyes are foggy
My fingers are petrified
My tongue is numb
My ears are deaf
My chest is empty
My legs are weak
My arms feel heavy
And life it´s self
Seems colder than ever.

I can´t dream about wings anymore
Nor can I think about flying
I can only see myself
Falling
Kissing the dirt
Head on to the ground
And then roting like a corpse
With no strenght to get up
No reason to
No nothing

Feeling anxious to die
For at least her arms
Will surely welcome me

Lucas Rangel Lima