1 de jun. de 2019

Quando ela Entra na Sala

Ela entra na sala
E meus olhos não se ajustam
É absurdo como ela sabe brilhar
Simplesmente mais que todas as luzes
Às quais eu ja me acostumei
Como eu não consigo fitar diretamente
Aqueles olhos, o seu sorriso
Como cada pedacinho meu parece tremer
Querendo ver um pouco mais
Não importa o quanto doer
O quanto a minha vista esteja cansada

Os finais de semana se tornaram tediosos
Meramente porquê ela não esteve neles
Sem as cores dela, sem seus risos
Sem os dramas internos que eu vivo
Espiando pelos cantos dos meus olhos
Juntando coragem para me abrir um pouco mais
Testando se aquele brilho é realmente
Tudo aquilo que eu mal consigo ver
E o pouco de coragem que me sobrou
Sem ela, passa sem ser usada
Sem ser testada

Ela entra na sala
E eu lembro como ela entrou em mim
Como foi absurdo o que ela soube falar
Simplesmente sendo quem ela é
Sendo um sol ditando as estações
Quase me tirando o controle do que sinto
Quase, mas por tão pouco
Que me faz temer o tempo
O que tanta luz vai se tornar

Mordo meus lábios
Tentando não pensar a respeito
Mas óbviamente,
Não consigo evitar
Sangro e sorrio
Desisto, e me impressiono

Ela simplesmente consegue
Sem sequer tentar
Me faz querer outra garrafa de vinho
Como se alguns goles de amargor
Fossem fazer ficar mais lentos
Ou pelo menos
Menos barulhentos
Os batimentos do meu coração

É quase injusto
A essa altura?
Eu estar passando por isso de novo?
Se não injusto, no mínimo tão improvável
Tão irônico e incontrolável
Respiro fundo e aceito

Afinal,
Eu sempre soube que haviam pessoas
Que de tão charmosas e amigáveis
Brilhariam como o sol em meus olhos
Mais encantadoras que qualquer luar
E eu sempre soube que haveriam mulheres
Que iriam me fazer querer dançar em suas mãos
Me desdobrar em seus caprichos
Eu só não esperava
Conhecer uma delas

E agora,
O que eu faço?
Quando ela entra na sala
Eu pareço esquecer dos meus medos
Minhas defesas caem por terra
Caminho desajeitado por ovos
Abandono meu ceticismo
E rezo por mais tempo
Para aprender a me recompor
Para saber mais sobre ela
Para entender como lidar
Com tudo que estou sentindo
Depois de tanto tempo
Evitando olhar para a luz

É tudo tão divertido e cansativo
Que já não sei mais como lidar
Temo que logo já não saberei nem como sorrir
Sem ela no centro do que estou a pensar

É tudo tão rápido,
Que eu tão besta
Não sei como sou capaz de aguentar

Ela é tão bela
Que quando ela entra na sala
É a única luz que eu quero olhar
Temendo ficar cego, eu cerro meus olhos
Mordo meus lábios e me contenho
Cada passo se torna absurdamente difícil
Que quase me falta coragem
Para continuar ali

Graças a Deus, no entanto
Sobra vontade
Beira desejo
De ficar do seu lado

Afinal, concordemos
Ela entra na sala
E nada mais importa
Ela está ali
E é ali
Que eu também quero ficar.

Lucas Rangel Lima

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