Minha irmã mais nova estava internada no hospital, e eu precisava trabalhar muito para manter a ela e a mim mesmo. Por essa mesma razão, eu não frequentava a escola e nem estudava. Minha vida se resumia a trabalhar todos os dias e ir vê-la nos horários de visitas.
Meus gastos se resumiam ao hospital, ao aluguel, a comida e aos livros que eu comprava para que ela lesse quando estivesse sozinha. Não me parecia ser nada muito importante, então na hora de comprá-los, eu apenas escolhia qualquer um da prateleira, sem ligar para coisas como gênero, se fazia parte de uma série, se seria uma leitura interessante ou se ela gostaria. Mas mesmo assim, toda vez que ela recebia um livro novo ela dizia as mesmas palavras.
"Obrigada maninho!"
Mais tarde vim a perceber que eram essas palavras que me mantiveram motivado por tanto tempo. Se eu tivesse percebido ainda naquela época, talvez tivesse me dedicado um pouco mais a ela.
Não, não foi bem assim. Eu cheguei a tentar fazer algo a mais por ela, mas já era tarde demais.
O inverno havia chegado, e parecia que ela não iria viver por muito mais tempo. Então eu decidi realizar um desejo dela, seja lá qual fosse.
"Eu quero ver as luzes de natal. O médico me disse que eles enfeitam as ruas da cidade todo ano."
Então eu comecei a economizar. Procurei trabalhos de meio-período em vários lugares diferentes, pesquisei diversas lojas que ela talvez gostaria de visitar. Eu estava decidido. Mesmo que os médicos não permitissem, eu iria dar um jeito de me esconder depois do horário de visitas e tirar ela de lá. Foi quando eu disse isso a ela que escutei o melhor "Obrigado" de todos.
E assim eu fiz. Esperei que eles desligassem as luzes dos quartos e dos corredores para saír com ela e escapar por uma janela. Como ela não estava em condições de andar, eu a carreguei nas costas o caminho todo até o centro da cidade, onde comecei a falar sobre todos os planos que tinha feito para aquele dia. Falei sobre o restaurante onde iríamos jantar, as livrarias que iríamos visitar, as praças... Perguntei também se ela gostaria de ir em uma joalheria ou algo assim. Disse que havia guardado muito dinheiro e que ela não precisava se preocupar com nada.
Mas ela apenas agradeceu e se calou. Então eu simplesmente continuei andando e falando sozinho...
*Esta história é apenas uma adaptação, não foi inventada nem desenvolvida por mim. Se quiserem ver a original, sugiro que procurem o anime "Angel Beats".
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"Eu prefiro morrer a ser proibido de ver o sorriso daquela que se tornou a razão da minha vida"
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