10 de jul. de 2012

O Velho Mago

Era uma vez, um velho mago
Que havia vivido mais do que qualquer rocha,
Que entendia o mundo como um pai,
E que sonhava
Como uma criança

O mago era sábio
E conhecia demais tanto da terra quanto da magia
Sabia tudo sobre o homem e seus desejos contraditórios
Mas não conseguia deixar de amá-lo
E de falhar em guiá-lo

Fosse na forma de três reis
Carregando presentes pelo deserto
Fosse na forma de um conselheiro
Encantando espadas cravadas em pedras

Tudo sempre resultava em desgraça
E incontáveis mortes em vão

Por fim,
Eras se passaram perante os olhos do mago
E cada vez mais lágrimas ele vertia
Vendo os mesmos problemas, apenas evoluindo
Pouco a pouco do nosso mundo, 
O pobre velho desistia

Na última vez em que falei com ele
Estava tão triste, que me vi chorando.

Quase pensei em arrancar aqueles olhos
E poupá-lo da dor de nos ver pecando

Mas eis que então, ele me disse:

"Sim filho, estou decepcionado
Mas não com vocês, nem comigo mesmo
Já vi o suficiente para saber que toda dor tem um propósito
E que seus irmãos são tolos que demoram para o compreender.

É claro que eu iria preferir que vocês nascessem todos sábios
Amorosos, inteligentes, dignos de respirar e de viver
Mas vocês precisam trilhar seus próprios caminhos
E conquistar, com mérito,
Todos os seus desejos

Já me cansei de ajudá-los
Está será a última vez
Enquanto a você, volte para sua casa e espere
Em algum momento de sua vida
Eu aparecerei para ti"

Muito tempo se passou desde então,
E o velho mago parece ter finalmente sumido.
Nunca mais o vi, e apesar da promessa, já não o espero...

Pois veja que triste, 
Em sua ultimo apelo
Ele foi morto.
E nós agora
Estamos perdidos

Lucas Rangel Lima

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"A diferença entre o que é sacrificado por nós e o que nós sacrificamos é que o primeiro pode ser facilmente ignorado."

3 comentários:

  1. Fabiano Gonçalves Lima31 de julho de 2012 às 11:46

    postei essa em meu Face e ela foi muito elogiada. Adorei!!!

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  2. Nossa, foi pro facebook até? rsrsrsrs

    O binho me falou. Mas sériamente, mesmo na época em que escrevi, mal entendi eu mesmo o resultado...

    Cheguei a conclusão de que o mago era algum aspecto humano, um sentimento talvez. Mas já que ele está morto, não consiguimos nem mesmo lembrá-lo mais...

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  3. Fabiano Gonçalves Lima1 de agosto de 2012 às 20:04

    Me identifiquei com o mago e ele não está morto... ele vive em você Rafiqui sabe...

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