23 de set. de 2011

O Rei e o Lobo - Capítulo Final: O Rei, O Lobo, O Homem.

Reescrevi o fim. Espero que gostem. Ah, eu guardei a versão antiga, mas ela não está mais no site. Caso queiram lê-la novamente, me avisem nos comentários.

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Dias e meses se arrastaram. O castelo, a cidade, a floresta e em seguida, o restante do reino. Tudo se tornou um campo de batalha, e todos se tornaram vítimas de algo que só poderia ser comparado a uma guerra.

De um lado, uma fera negra e vermelha, que parecia não ser mais capaz de sentir a dor de suas feridas.

Do outro, um homem brilhando dourado, que parecia não ser mais capaz de conter o prazer de sua loucura.

Impotentes, os sobreviventes faziam apenas rezar e fugir, na esperança de que um dia a batalha chegasse a um fim. Esperando que um herói, como o que desapareceu anos atrás, se revelasse. Esperando que seu rei finalmente vencesse, e trouxesse de volta a paz. Ou até mesmo que a fera o devorasse e aplacasse sua fúria.

Mas nenhum desses sentimentos pôde jamais alcançou nenhum dos dois. Depois de tanto tempo em constante batalha, a unica coisa que ambos conseguiam perceber eram um ao outro. E o único desejo que eles conseguiam compartilhar era o de matar e usurpar a vida e o poder de seu oponente.

Era como se antes mesmo da batalha ter fim, as presas tivessem se unido novamente. Suas vontades, seus pensamentos, suas ações, sues corpos, tudo estava sincronizado. Nem mesmo a fera original, enlouquecida pela eternidade, havia as sublimado a tal nível. Qualquer sentimento a diferenciar seus mestres já havia sido jogado fora pelo bem da vitória. 

Logo, a batalha não tinha fim. Nunca teria. Os dois loucos infinitamente poderosos estavam destinados a batalhar para sempre e destruir a tudo.  

E assim foi. Todos os desejos e sentimentos que guiaram as peças até aquele momento haviam caído por terra, engolidos pela fúria. Uma chama que iria a tudo queimar, até que sobrasse somente a si mesma.

O reino logo encontrou seu fim. A terra também não tardou a ser silenciada. A única coisa que os impedia de acabar com o restante do mundo era o oceano.

E assim eles continuaram, até os dias de hoje. Destruindo suas próprias terras, seus entes queridos, seus servos leais e seus antigos protegidos. Seus antigos sentimentos, suas antigas ambições, até mesmo a memória dos dias de paz, tudo sendo arrastado e apagado por sua fúria. Uma premissa para a humanidade em contradição com a sua própria selvageria, estando igualmente destinada a auto-destruição em fúria.

Lucas Rangel Lima

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"O fim de um grande herói (ou vilão) é sempre o prólogo de um novo mundo"

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