Me sinto dormindo
Fora da minha própria carne
Trancado dentro de mim mesmo
Apenas assistindo
A minha "vida"
Sem razão nem vontade,
"Eu" continuo aqui, "vivendo"
Dia após dia, nesta cidade
Onde meu coração não possui alento
"Não posso continuar assim"
Pensava, parado
"Eventualmente, terei que me mover"
Pensava, paralisado
"Em algum momento... Algo precisa mudar"
Pensava, mentindo para mim mesmo
Sabendo que as correntes que me prendiam
Nem mesmo haviam tremido
Indiferente aos meus desejos
Indiferente ao meu egoísmo
Indiferente até mesmo a minha felicidade
Meu corpo nem mesmo tentou
Demorou, mas enfim percebi
Eu não posso alcançar
O que minha mão se recusa a tocar
Deixei tudo ir
Deixando também finalmente de dormir
Deixei tudo escorrer por meus dedos
Como água, névoa ou lágrima
Aceitei minha solidão
E decidi "continuar vivendo"...
Lucas Rangel Lima
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"Não há dor mais contraditória e irônica do que a sentida quando nos tornamos incapazes de possuir aquilo de que mais precisamos"
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