26 de set. de 2011

A Sombra Oca - O Filósofo Vazio

Era sábado, e minha vida era oca... Solitário, confuso, sem amigos ou amantes; e nem sequer uma realização que valha ser lembrada.
Acordei e abri os olhos, não necessariamente nessa ordem. Protelei como sempre para levantar da cama, tomei café e percebi a comodidade com que eu me enterrei nessa deprimente rotina...
Não havia absolutamente nada, de bom ou de ruim, que vá ser lembrado...
 Prossegui meu dia, atônito, e a cada momento mais certo de que, se eu desaparecesse de repente, não faria a menor diferença para o funcionamento do universo. Lembrei-me então do sonho, o que eu tive antes de acordar e, por consequência, perceber que sou nulo.
Era vazio, escuro e assombrosamente familiar... Sem nada a vista nem som algum para se ouvir. Apenas um vazio aterrador, que era assombrosamente familiar; só depois de acordar percebi que aquilo era minha vida, meu passado, meu presente, e se eu não fizesse algo a respeito, meu futuro...
Foi então, com meros sete anos de idade, que eu percebi a necessidade de mudar. Pois “se penso, logo existo”, ao não pensar, opino por não existir... E sendo o pensar a premissa de fazer, se não o fiz foi por não pensar. Precisava então começar a pensar, a questionar para então, fazer algo a respeito; e quem sabe remover o vazio que se fixava em meu peito.
Foi nesse dia, talvez por um sonho apressadamente interpretado, que eu me tornei, uma sombra oca...

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