27 de jul. de 2014

A Escultura

Depois de anos esculpindo
De eras se dedicando
O artista fita sua "obra-prima"
E experimentou o desespero

Ele havia dedicado cada dia de sua vida
Cada gota de seu suor
Cada lágrima de seus olhos
Cada sentimento em seu peito
E o que ele havia alcançado?

Uma rocha lascada
Trincada, destruída
Judiada nas mãos de um tolo sem talento
Em nome de amores que ele no final abandonara

Seu martelo e seu formão
Caíram ambos simultaneamente ao chão
Escorregando pelos mesmos dedos que outrora os apertavam firme
Desgastados, inutilizados
Fadados a serem esquecidos

Ele não sabia o que fazer
Não sabia sequer quais escolhas lhe restaram
Não sabia se deveria seguir mais seus sentimentos
Mas no final... Ele decidiu uma coisa.

Ele precisava quebrá-la.

Lucas Rangel Lima

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