30 de out. de 2011

O Adeus de Um Sacrifício

Eu já não me lembro por quais razões
Eu me recusava a aceitar
Mas agora, eu só lamento uma coisa:
Não pude ser eu a acompanhá-la
Pois não importa o quanto eu corra e negue
Eu nunca poderia alcançá-la
Por isso,
Me esforçarei para não dizer isso chorando
Seja feliz, minha donzela mais amada...

Neste momento, me encontro imaginando
Abraçando uma última pequena ilusão
E se eu tivesse chegado antes?
Teria eu agora o seu coração?
Sua companhia?
Seus lábios?
Então sorrio
E empurro para longe as dúvidas

Queria ter um dia me deitado em seu colo
Assistindo juntos o desabrochar da primavera
Provando do teu carinho, da maciez de sua mão
Ah... Como teria sido bom...

Pensando em você
Que me deu tanta alegria
Sinto-me capaz de superar toda a dor
Peço desculpas por não estar mais ao seu lado
É onde eu mais gostaria
Mas não é meu lugar
De agora em diante
Ele irá lhe proteger
E para que vocês possam seguir adiante
Eu lhe digo Adeus
Por isso,

Mostre a ele seu mais belo sorriso
E seja feliz, minha donzela mais amada...

----------------------------------------------------------------------------------

"É nossa responsabilidade nos tornarmos felizes por aqueles que não puderam tal sonho realizar."

27 de out. de 2011

Crônicas de um Espírito - Capítulo 7

Só para constar, eu sou espírita, mas não terminei a evangelização nem nada. Muito do que eu falo vem do meu próprio presumir e entender das coisas, então me perdoem caso haja alguma incoerência com o que é dito na doutrina.


----------------------------------------------------------------------------------------------------------------


Todos nós morremos um dia. Está é uma certeza que podemos ter a partir do momento em que nascemos. A morte do corpo virá para todos. As vezes nos apegamos tanto ao passageiro que mesmo depois de muito sofrimento, ainda negamos a mudança. Mas não tenha dúvida, o universo é imparcial e justo. É o nosso trabalho iluminar os pensamentos de nossos irmãos que se deixaram dominar pela matéria.


Já fazem alguns meses desde que eu comecei a acompanhar este caso. Mesmo depois da morte, este irmão se recusou a entender e a aceitar o que se sucedeu, e até o momento ainda não se desprendeu da matéria.


A dor do desfalecer da carne e dos ossos já o levou a loucura diversas vezes, a ponto dele nem mesmo lembrar sua própria identidade. E ainda assim, ele permanece fechado para mim.


É a escolha dele. Enquanto ele não desejar ajuda, não posso intervir. Apenas Deus sabe por quanto tempo ainda vou ter que esperar aqui, ao lado dele, até que algo possa ser feito. 


...


Mais alguns meses se passaram. Mal sobraram ossos agora, e ele fez muito pouco progresso. Durante alguns segundos, ele pôde me enxergar, e esteve bem perto de pedir ajuda. Mas agora que eu já pude amenizar sua dor e ele em fim recuperou algumas de suas memórias, as verdadeiras reflexões irão começar.


Depois, ele precisará de um tempo para se curar de todas as feridas em seu perispírito. Quem sabe então ele estará finalmente preparado para estudar suas próprias atitudes e voltar para corrigir seus erros.


Pobre irmão... 


...


Depois de mais algumas semanas, ele finalmente clamou por minha ajuda. Todas as orações direcionadas a ele durante tanto tempo fizeram efeito, ele parece ter compreendido muito mais do que eu esperava. Agora vem a parte difícil, adquirir a sabedoria para lidar com essa nova compreensão. 


Isso é só o começo de mais um longo trabalho. Mas as coisas serão bem melhores daqui para frente.


--------------------------------------------------------------------------


"Quando só existe dor e sofrimento no presente, aqueles que acreditam na felicidade sabem que a única resposta esta no futuro."

25 de out. de 2011

Minha Mais Bela Fantasia

Queria ser capaz
De escrever uma poesia
Repleta de verdades
E repleta de magia

Daquelas que falam de amor
Comparando-o sempre a alguma espécie de flor
Ou daquelas que narram um belo romance
Onde dois jovens felizes se tornam amantes

Queria escrever
Sobre um belo sorriso
Sobre o calor do Sol
E o conforto de um beijo

Mas se narro a verdade
Sei lembrar apenas dor e saudade
E se uso de minhas magias
Faço criar apenas ilusão e falsidade

Apenas uma realidade vazia

Ah, a triste sina
Da minha inexperiente e tola poesia...

Enquanto eu só souber desejar
Mentalizar aquilo que eu poderia ter
Estarei destinado a andar
Cada vez mais distante de quem quero ser

Queria ser capaz
De escrever uma poesia
Com todos os meus ideais e sonhos
E que narrasse minha mais bela fantasia...

Lucas Rangel Lima

-----------------------------------------------------------

"Quão absurda é uma contradição que faz todo o sentido?"

O Desejar de um Abraço

Você,
Que apanhou estas palavras jogadas ao vento
Seria capaz de responder minhas dúvidas?
Seria capaz de sentir minhas emoções?
Ou, pelo menos,
As de alguém que esteja mais próximo?

Mas espere,
Pense bastante antes de responder
Pois a resposta que damos a nós mesmos
É sempre a mais importante
E se enganar no compreender do outro
Pode se provar uma das coisas mais cruéis...

Primeiro, a respeito das dúvidas
Ou em outras palavras, a insegurança
Aquilo que traz consigo o medo
E que nos engole pelo coração

-Pelo menos aos meus olhos-

Quando lhe pedi uma resposta
Queria de ti uma certeza
Algo que eu, sozinho,
Já não posso mais criar
Não precisa nem ser feita de palavras
Um gesto, um beijo,
Ou o simples desejar de um abraço
Para mim já bastaria

E por fim, a respeito das emoções
Tanto nossas espadas quanto guilhotinas
Aquilo que nos move ou nos para
Quando enfrentamos a escuridão

-Ou seja, o tempo todo-

Agora eu me encontro parado
Apelando a você, um estranho
Pois essa cruel e fria escuridão
Já me cansou há muito
E eu já nem sei mais
Se ainda quero seus frutos
Tão doces, tão distantes,
Tanto quanto aqueles que estão aqui,
Ao meu lado

Se não quiser me estender a mão,
Tudo bem
Desde que esta reflexão alcance o que jaz entre teus ouvidos
Desde que a forças por trás destas palavras seja passada à frente
Dentro de seus gestos
Para com outro perdido.

Lucas Rangel Lima

-------------------------------------------------------------

"Arte é transformar pensamentos em palavras. Pois estas por sua vez, dão origem a atitudes."

Um Pouco da Minha Opinião

Bem, seguindo o exemplo do Cond Klaus, vou deixar aqui uma dissertação relativamente superficial a respeito do preconceito, que em suas várias formas vem criado problemas desde muitos anos atrás.

-----------------------------------------------------------------

Na sociedade de hoje em dia, o preconceito (seja de cor, seja de sexualidade) tem se provado uma das doenças mais bem "disfarçadas" e ignoradas na sociedade, mesmo estando profundamente enraizado em cada um de nós.

Os negros por exemplo, sendo uma minoria historicamente prejudicada, ainda compõem uma maioria entre os mais pobres e menos estudados, destacando o estigma repulsivo do preconceito no nosso jeito de pensar. Por mais sutil que este seja.

Escolher o branco, o homem, o hétero ou o sei lá o quê em detrimento de outro grupo é algo comum. Estúpido, mas comum. Afinal, o  preconceito vai desde o transexual apanhando na rua até o jovem branco que quer fazer amizade com o garoto negro da sala para não parecer preconceituoso. Sem nem mesmo precisar estar acompanhado de más intenções (ou de meras intenções), o preconceito persiste.

Ele é uma doença que pode se apresentar numa quantidade tão vasta de formas e níveis que é simplesmente ridículo pensar em alguém que não o possua. Faz parte dos mecanismos de defesa do ser humano julgar ao próximo, e eu não estou aqui para protestar por um mundo livre disso (principalmente porque eu seria um hipócrita se o fizesse...)

Só quero destacar o ridículo de alguns discursos e atitudes:

"Se ele pode vestir uma camiseta escrito '100% negro', porque eu não posso vestir uma camiseta escrito '100% branco'?"

A coisa não é exatamente como disse Cond Klaus. Existe uma mensagem, um pensamento, uma auto afirmação por trás das camisas "100% negro", "orgulho negro", "Viva a parada Gay!" e etc. Elas são um método de reforçar a democracia, o direito de escolha, um apelo pelas minorias que tanto lutaram (e ainda lutam) por direitos iguais.

"Eu não tenho preconceito contra gays. Só não quero que eles se beijem na minha frente. É uma coisa muito chocante."

Bem, também não direi algo como "Se lhe incomoda, feche os olhos". Na minha opinião, deveríamos abri-los bastante e prestar muita atenção, quanto mais "chocante" for. Simplesmente porque não deveria ser. A "coisa errada" que você sente está em você, não neles. Afinal, se eles são homossexuais, é exatamente isso que deveriam estar fazendo. Pessoas que dizem isso estão basicamente dizendo "Eles podem ser gays, mas só na casa deles. Aqui fora, dentro da sociedade, eles precisam agir como bons héteros.".

"Acho que mulher tem que ter o direito de trabalhar, mas eu não gostaria de ser sustentado por uma. Muito menos deixá-la mandar na minha casa."

Quase me esqueci dessa faceta do preconceito, o que seria uma enorme falha minha (e mostra como existe sim um preconceito em mim em relação a esse assunto, uma vez que minha mente julgou preconceitos de cor e sexualidade mais importantes do que de gênero). Esse tipo de fala é exatamente igual a anterior, mas além de dizer que uma mulher não deveria estar acima de um homem, também possui uma conotação mais sutil que diz que homens não deveriam cuidar de suas casas no lugar da parceira. Isso É preconceito SIM, tão infundado e absurdo quanto qualquer outro. E eu não estou dizendo isso só porque ser sustentado por uma mulher é o meu sonho de consumo.

Por sermos diferentes, é claro que vamos ter opiniões e atitudes diferentes. Mas cada caso é um caso, e tolerar não basta mais como resposta, uma vez que quem tolera concorda com os homofóbicos e com o preconceito em si. A única resposta de verdade é a aceitação e o entendimento.

Lucas Rangel Lima

--------------------------------------------------------------------

"Se algo que você enxergou incomoda seu orgulho, lave bem os seus olhos e livre-se do segundo."

21 de out. de 2011

Uma Boa História

Hoje eu terminei de assistir mais uma série curta de doze episódios, Tsukihime, daquelas das quais eu vou lembrar apenas vagamente daqui a alguns poucos meses. Não era nenhum "Titanic" da vida, mas os sentimentos contidos naquela obra eram sinceros.

Um protagonista que carrega o estigma de um acidente na juventude

Uma garota que repentinamente começa a fazer parte de sua vida com uma naturalidade anormal

Uma mulher misteriosa que se aproxima dele com intenções desconhecidas

Uma reunião com a irmã mais nova afastada a anos, e agora se encontra completamente diferente

E os companheiros, dos quais o protagonista vai se afastar cada vez mais com o desenrolar dos fatos

São basicamente estes os elementos que formavam a obra, omitindo alguns outros fatos importantes. O protagonista enfrenta seus defeitos, cria laços com aquelas que escolheram acompanhá-lo, ganha força e supera seus traumas.

A garota acompanha o protagonista, vê nele a gentileza e escolhe protegê-lo. Mesmo sabendo que não vai poder fazê-lo por muito tempo.

A mulher a principio o odeia, mas depois percebe que ele se tornou tudo para ela, que nunca teve nada. No fim, eles se apaixonam e ela faz sua escolha final.

A irmã, assombrada pelos pecados do passado envolvendo o irmão, chora a perda e o erro cometido pela inocência após finalmente tudo ser revelado e encerrado.

E os companheiros simplesmente observam enquanto o mundo em que o jovem protagonista vivia muda repentinamente e desaparece, levando consigo as imaturidades e displicências do passado.

No fim, sobram apenas as memórias daquelas que não podiam acompanhá-lo por mais tempo. E ele segue a vida, pensando em mais hipóteses felizes.

Ah... foi uma boa história. Não fez ninguém chorar, mas estava repleta de poesia. Você só precisa olhar com os olhos certos...

----------------------------------------------------------------------------

"Não devemos nos deixar levar pela ilusão da perda, pois as únicas coisas que realmente possuímos são as memórias. E estas estão gravadas em um lugar muito bem escondido."

11 de out. de 2011

O Devorador de Maldições - Prólogo

Então, faz um tempo que eu to pensando em voltar com outro conto, tipo O Rei e o Lobo (adorei escrever aquilo), mas não tinha nenhuma ideia para desdobrar (mesma razão por n]ao estar continuando A Vida Que Eu Sonhava Ter e More Than a Soldier, Less Than a Man), portanto me perdoem se está não ficar muito boa.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

Em uma era antiga, quando os homens ainda dominavam os segredos da magia e dos reinos divinos, nasceu entre eles um jovem promissor, que se destacava principalmente nas artes da forja e da feitiçaria. Seus dons eram inequiparáveis, permitindo-o a alcançar a maestria em uma vasta quantidade de estilos antes mesmo da idade adulta.

Cada uma das espadas encantadas que ele forjava era digna dos maiores heróis, e não havia um homem que ao colocar suas mãos em uma delas não realizou feitos lendários.

Porém, isso pouco interessava ao jovem. Uma vez que sua visão e compreensão ascendiam as dos que o cercavam, tudo o que se passava era óbvio, e portanto comum a ele. Por entender demais, ele perdeu a capacidade de interagir e compartilhar com seus iguais.

Então, ele continuou forjando, a procura do que lhe faltava. Em sua cabeça, as espadas que saiam de sua fornalha eram as únicas companheiras que ele possuía. E mesmo elas, por conta de sua excelência, estavam destinadas a abandoná-lo.

Dia após dia ele dedicava seu tempo aos estudos, a busca por materiais e por novos encantos, forjando cada vez mais poderosas armas. Na idade adulta, ele já não permitia que suas companheiras vivessem mais de um dia, uma vez que estas agora eram tão poderosas que sua mera existência punha em risco a centenas de vidas.

A solidão e o tempo o haviam cegado. Ou melhor, o havia feito entender que ele nunca alcançaria sua resposta. Não importasse quantas espadas criasse, quantos heróis elas por si mesmas criassem, quanto significado seus feitos obtivessem, ele continuaria tão distante e solitário quanto sempre estivera.

E como seu último ato, talvez porque já havia sido dominado pelo cansaço, talvez como um último recurso para realizar seu objetivo, ele forjou treze lâminas. Cada uma com a capacidade de entender o coração de seu mestre e manifestar a força do espírito do mesmo. Dessa forma, mesmo que ele nunca fosse entender o coração de  outra pessoa, aquelas que ele considerava sua única companhia iriam fazê-lo.

Assim, o pobre ferreiro morreu, sem saber que as lâminas que ele havia criado como sua esperança receberiam um dia a alcunha de "Portadoras* da Desgraça".

*"Portadoras" com a conotação de quem traz, não de quem carrega.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------

"Não importa o que dizem, apenas tentar compreender o próximo nunca basta. Este se provaria apenas mais um modo de morrer sozinho. O que mais precisamos é nesse processo, sermos compreendidos."

5 de out. de 2011

Eliza


Esta eu escrevi lá por fevereiro. Resolvi postar aqui a pedido de uma colega minha, mas não se enganem, é uma das minhas favoritas.

Satisfeita Karina?

--------------------------------------------------------------------------------

Desperto no meio da noite
Num repetir incansável do ontem e do amanhã
Me levanto com os olhos cansados
Pronto para enfrentar mais uma sonolenta manhã

Pois em minhas costas, carrego diversas cicatrizes
Dos incontáveis dias que passei viajando
E em meu peito, descanço preciosas memórias
Um pequeno espólio do tempo em que estive ao seu lado

Simplesmente me sinto seguro
Mesmo de ti estando agora separado
Solidão nenhuma reside em minha casa
Já que mesmo sozinho, eu ainda consigo me sentir amado

Mas esta manhã, encontrei sua porta fechada
E a satisfação daqueles poucos momentos se foi
Não mais eu veria o rosto da minha mulher amada
E eu já não queria viver o que viria depois

Não mais despertei como fazia até ontem
Porque sem você, meu amanhã nunca chegou
Não mais me preocupei com as minhas olheiras
Porque sem sua luz, meus olhos nem se abriam

E então, as cicatrizes voltaram a sangrar
Revivendo as batalhas que travei no passado
E nesse sangue, minhas memórias começaram a se afogar
Inundando meu espólio com o pesar mais pesado

Minha segurança se esvaiu, como num triste pesadelo
Agora sim estávamos realmente separados
E mesmo estando cercado por fiéis amigos e companheiros
Comparados a seu amor, não havia mais nada ao meu lado

Tive a impressão de ter te escutado
Tive a impressão de ter sentido a sua presença
Sentido os seus dedos gelados
Cruéis apertando meu peito
Tive a impressão de ter te encontrado
De que se virasse de costas, iria me lembrar
Que se eu me virasse, iria te ver

Mas era apenas um sonho.

----------------------------------------------------------------------------------

"Certifique-se de estar fazendo o certo hoje, pois o amanhã está muito mais perto do que o ontem."