26 de ago. de 2012

Quando Você me Diz Não

Sabe o que eu escuto
Quando depois de declarar o meu amor
Você me diz "não"?
Quando depois ainda ousa dizer
Que espera que tudo volte "ao normal"?

Eu escuto "Cale-se.
Não ligo para o que pensas,
E não quero que sejas assim.
Guarde suas palavras para ti
E se não puder fazê-lo,
Se afogue com elas"

Diz que é egoísmo meu me afastar então
Eu rio, ainda chorando, e respondo
"Egoísta? Eu? Sem dúvida!
Mas veja, somos dois HIPÓCRITAS!
Só desejamos a companhia do outro
Se for da forma que ansiamos."

E se eu não puder tê-la como companheira
Você não pode me ter também.

Sabe o que eu escuto
Quando você diz "não"?
Eu escuto eu mesmo a repetir
"Você conseguiu perder outra.
Parabéns.
Agora engula seus soluços e lágrimas
Terá tempo para elas nas próximas noites.
Será só uma coisa a mais para lamentar..."

Lucas Rangel Lima

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"Engraçado como alguns ferem tanto numa tentativa de salvar..."

23 de ago. de 2012

Closer to You

Maybe it was just me
That felt that way about us
"No matter", that´s what I though.
"For as long as I´m still smiling,
No sorrow can cloud me"

But today, I felt myself closer to you
And as happines sprung, I started to wonder...
I wondered if even when we part ways again
I could still keep that happines
If I could keep believing,
Keep smiling,
Or if this smile of mine would someday
Become as empty as my nights alone...

And as I walked away
Your presence fading slowly with the distance
I could feel the angusty spread inside
And my everpresent smile
Just felt sickening in my face.

I tried to hold it´s meaning
To convince myself that those toughts
Were just momentary things
That my smile was the proof
Of the purity of my love

The purity of a love
That doesn´t speak never.
Even when we feel closer...

I was wrong.
But kept smiling anyway.

Lucas Rangel Lima

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"No mistake is wrong, when you can take it upright."

15 de ago. de 2012

Ele Era Um Homem

Ele era um homem
Como outro solitário qualquer
Vivendo a própria vida
Sem fé nem amor

Apenas música

Os dias se passavam
E ele não percebia
Seus lábios ressecavam
E ele não os umedecia

Apenas cantava

Até que sua música
Mostrou para alguém o seu charme
E o seu cantar
Ganhou o poder de encantar

Seus dias se tornaram preciosos
E ele agradece até hoje
Seus lábios agora são macios
E ela sempre os beija

Com estranha confiança,
E amor.

Lucas Rangel Lima

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"Esperamos ser guiados por alguém antes de aprender a guiar a nós mesmos"

12 de ago. de 2012

A História de Um Fantasma - Capítulo 5

Ele ainda não chegou.

Metade da noite já se foi e Ele ainda não veio. Algo deve ter acontecido. Não... Algo deve estar acontecendo. Não é a primeira vez que Ele se atrasa.

Mas é a primeira vez que Ele se atrasa tanto...

Será que ele não virá? Será que eu vou passar essa noite sozinha? E amanhã? Ele virá amanhã? Ele precisa vir. Eu preciso Dele. Sem Ele, eu...

Passos. Posso escutar o som de passos.

Ele chegou! Ele veio! Graças a Deus, Ele veio!

Preciso ir até Ele. Preciso vê-Lo imediatamente. Temos pouco tempo esta noite, não posso perder mais nem um segundo!

E lá estava Ele.

Seu rosto e suas vestes molhadas de suor, sua respiração ofegante. Cansado como quem correu uma maratona, Ele se encontrava deitado na porta da mansão, de frente para o jardim.

Eu me aproximei Dele preocupada. Parecia que Ele havia fugido de alguma coisa. O que será que aconteceu?

“A lua...”

“!!!!”

“É realmente linda...”.

Ele... Falou! Finalmente! Fui pega de surpresa e não consegui prestar atenção direito, mas eu pude ouvi-la! Eu pude ouvir a voz Dele!

Que felicidade! Que alegria! Todos esses anos, e eu finalmente...

Finalmente...

Finalmente.... Posso conversar com alguém.

Faz tanto tempo desde que conversei com alguém pela última vez. O que eu falo primeiro? Pergunto o nome Dele? Me apresento? Digo “boa noite”?

“Ei...”

Ah. Ele... Já adormeceu.

2 de ago. de 2012

Reminiscências de um Soldado

Eram duas horas da manhã. Os dormitórios, cujos ocupantes costumam estar sempre roncando e xingando não importa o momento, estão completamente silenciosos. E eu não conseguia dormir. Acho que nunca havia sentido tanto medo na minha vida inteira. Medo da morte e do arrependimento. A razão para isso tudo? Bem...

No fim da tarde do dia anterior, havíamos recebido uma notícia. Para muitos de nós, a última notícia.

Era um dia como outro qualquer, até que o capitão interrompeu o treino repentinamente e reuniu todos os soldados do quartel no pátio. A princípio, pensei que alguém tivesse colocado esterco na cama dele mais uma vez. Só posso dizer que ninguém esperava aquelas palavras.

"O exército inimigo avançou a uma velocidade inesperada. Os reforços que invocamos não chegarão a tempo. Batalharemos amanhã, e estaremos sozinhos."

Vinte e uma palavras, seguidas apenas por um triste "Dispensados". Três sentenças, que resumidas, significavam basicamente o seguinte:

"Todos nós morreremos amanhã."

Quando eu cheguei à essa conclusão, percebi que já estava tremendo. Tremendo e suando. Minha família, meus amigos, minha cidade... Os domingos em que eu jogava cartas com meus tios, as tardes que eu passava escutando meu pai tocar sua velha gaita, os doces que a minha mãe fazia para o meu aniversário e o dos meus irmãos... Eu nunca mais veria nada disso. Nunca mais veria nenhum deles.

Mas havia uma coisa que eu ainda podia fazer. Que eu tinha de fazer.

Me levantei então da cama e saí do dormitório. Os vigias noturnos me viram, mas não fizeram nada a respeito. Acho que eles não conseguiram me impedir. Provavelmente, eles também estavam aterrorizados. Afinal, também iriam morrer em poucas horas.

Sem me preocupar em me esconder ou coisa parecida, eu fui até a janela dele.

"Acorde. Preciso falar com você."

Alguns segundos de silêncio.

"Já estou indo."

Momentos depois, estávamos os dois sentados sozinhos no refeitório. Não trocamos mais nenhuma palavra, apenas nos consolamos com a companhia um do outro.

"Companheiro"

É assim que ele me chamava, e assim que ele me tratava. Desde que entrei nesse bendito exército, ele foi meu único apoio. Foi ele quem me ajudou quando eu precisei de ajuda, e que esteve lá por mim a todo momento. Sem ele, eu provavelmente teria morrido ou enlouquecido, como muitos outros fizeram após as primeiras batalhas. Ele sem dúvida era meu companheiro, mas... Aquela relação... Aquele tipo de relação... Em algum momento... Começou a me sufocar. Eu... Passei a querer mais.

"Preciso... Preciso te dizer uma coisa. Essa é minha última... Chance. Então..."

Minha voz tremia. Eu já havia aceitado a morte, mas por alguma razão, ainda me faltava coragem para dizer algumas poucas palavras...

"Então me diga" Disse ele, olhando no fundos dos meus olhos.

"Eu... Eu te amo."

Então eu disse. Quase gaguejando, eu disse o que outrora havia jurado levar para o túmulo. Eu disse, e agora sentia mais medo ainda. Mais do que a morte, eu temia a resposta.

Mas que cruel... Ele só me disse o seguinte:

"Depois dessa batalha, quando nós dois estivermos voltando para casa. Só então eu te darei minha resposta."

Lembrando disso agora, acho que ele só estava tentando me manter vivo. Só disse aquilo para me dar a impressão de que ele não havia desistido também. Para me dar esperança.

Ou talvez ele me amasse também. Talvez ele realmente acreditasse que voltaríamos juntos para casa. Eu não sei. E nunca vou saber.

Eu só sei que aquela granada foi atirada na minha direção, e que ele saltou sobre ela sem hesitar. Só sei que isso só seria possível se ele estivesse me vigiando o tempo inteiro, tentando garantir a minha segurança, a minha sobrevivência.

Por isso, não preciso de uma resposta. Ele me deu algo maior, algo que eu nunca poderei compensar. Mesmo que eu não tenha sido amado, o homem que eu amei provou que merecia esse amor. Provou com a própria vida.

É por isso que eu sou feliz. Que mesmo sozinho, eu sou feliz.

1 de ago. de 2012

Razão e Procura

Eu tenho um propósito
Um sonho, quase um objetivo
Uma razão interior que me move a cada dia
Uma luz a me amparar

Mas hoje, eu só andei
Conversei, pensei
Escrevi e li
E agora, cansado, me pergunto:

O que eu realizei?

Estou fazendo algo errado?
Pois minhas mãos não parecem alcançar nada
Estou apenas perdendo o meu tempo?
Acho que sim, e alás,

Não faço ideia do que fazer

Sou o eu lírico do meu mundo
E este mundo é uma poesia trágica
Trivial e simples, praticamente cinza
Onde não há luz alguma.

Não.

Talvez ela esteja mais a frente
Talvez ela esteja bem atrás de mim
Talvez ela...

Esteja no amanhã
Debaixo dessa chuva
Sim...
É só eu... Procurar...

Eu tenho um propósito
Um sonho, quase um objetivo
Uma razão interior que me move a cada dia
Uma luz a...

Lucas Rangel Lima

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"A fé só move montanhas se você acreditar."