30 de abr. de 2018

O Que Hoje Sei

Se minha expressão transparece
Que estou prestes a chorar
Que meu coração está a se quebrar
Saiba que estou apenas exausto
Que meus pés doem,
E minhas forças me falham
E não estou a sentir sua falta

Ora, pois desde que nos "despedimos",
Já vivi tanto, minha amadinha...
Que mal desejos nutro mais

Desde que passei a viver sozinho
Já passei por tanto, tantas vezes
Que mais lição nenhuma
Faz me assustar

Se te parecer que estou sangrando
Saiba que é porque lutei
E porque minhas mãos tremem
A todo instante
E não porque sofro sua falta

Só lhe dedico essa explicação
Porque você foi a maior das lutas
A mais longa das trilhas
Aquela em que mais chorei
E em que mais derramei meu sangue
Antes de tomar meu caminho

Desde então
Inúmeras vidas me marcaram
Incontáveis amigos me ampararam
Foram tantas as vezes
Que precisei de você
Mas sobrevivi
Graças a outros
Que aprendi

Foi graças a mim mesmo que sofri
E graças a meus esforços
Que hoje sei mentir
A ponto de dizer que estou grato
Por estar sem você

Lucas Rangel Lima

Sempre Amada

Olho para o copo vazio
Côncavo sobre a mesa retangular
Meu celular a vibrar com outra mensagem
Que não é sua

Me pergunto
Porque não sei
Se sequer ainda te espero
Te ver, ouvir sua voz
A me consolar,
Daquilo que já escolhi esquecer

Puxo outra garrafa,
Preenchendo o meu copo vazio
Mas minhas mãos trêmulas me falham
E derramo sobre a mesa

Sequer faz diferença
Se eu até hoje ainda te amar?
Algo tão no passado, tão inerte
Um eu tão diferente do que sou?

Minha vida tão mais cinza
E você, tão mais bela...

Tomo um gole, viro o copo
E o preencho de novo
Olhos cerrados e cansados
Garganta seca e doída...

Penso em cantar outra música
Para mais alguém que não é você
Procurando outro sentimento que seja tão belo
Mesmo que eu não o ame

Pois infelizmente
Me cansei desse amar ambíguo
Desse meu calar tão covarde
De ficar parado apenas pensando

Só quero que você
Nunca volte para mim
Pois temo que se o fizer
O abismo do qual acredito ter saído
Me receberá novamente

De braços abertos
Copos cheios
Canções belas
Com finais amargos...

Como as que insistem em me fazer
Lembrar todo dia de ti....

Lucas Rangel Lima