31 de dez. de 2010
Primeira poesia do ano
23 de dez. de 2010
O Rei e o Lobo - Capítulo 6: Derrotado
22 de dez. de 2010
Nós
Estamos todos tão cansados
De sermos privados de nossos desejos
De não sermos capazes de andarmos sozinhos
De sermos ignorados pelos nossos companheiros
Que não percebemos...
Acordamos ansiosos pelo fim do dia
E sobrevivemos nossas vidas assim
Sonhamos pesadelos de olhos abertos
E matamos nossas emoções no fim
Esperamos que os outros nos mudem
Enquanto eles esperam que os mudemos
Desejamos poder o que poucos podem
Quando só um pode o que não podemos
Culpamos a tudo por nossas tristes vidas
O mundo, os amigos e até a nós mesmos
Cegamos nossos olhos com ressentimento
E tateamos o chão na procura e no medo
Na procura de uma resposta para a tristeza
No medo de se perder em meio ao desespero
Somos os protagonistas de um drama
Onde nada gira em torno de nós
Somos personagens em uma realidade
Onde apenas nos sonhos podemos sorrir
Pois temos pena de nós mesmos
Temos pena de como somos pequenos e insignificantes
Temos pena de como somos tolos e inferiores
Temos pena de como somos tristes e de nossas dores
Pena de não conseguirmos ser tão bons quanto ruins
Estamos todos tão cansados
De sermos privados de nossos desejos
De não sermos capazes de andarmos sozinhos
De sermos ignorados pelos nossos companheiros
Que não percebemos...
Ninguém é diferente.
Lucas Rangel Lima
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"Muitos esperam serem salvos por seus heróis enquanto uns poucos esperam poder salvá-los. O restante sabe que não existe salvação."
15 de dez. de 2010
A Vida Que Eu Sonhava Ter - Capítulo 2: Chegada
Apenas informando aqueles que jogam/jogaram Harvest Moon Back to Nature ou Friends of Mineral Town, eu pretendo manter os seguinte lugares:
1-Poultry Farm
2-O bar/restaurante
3-O hospital
4-O ferreiro
5-Yodel Farm
6-O mercado
7-A biblioteca
8-A igreja
Planejo também estar adicionando alguns lugares como a estação de trem e a escola.
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Assim que saí da estação de trem, percebi que não me lembrava do caminho para a fazenda de meu amigo. Ainda assim, cometi o erro de subestimar esta pequena cidade e acabei vagando erroneamente por aí por cerca de duas horas, carregando um misto de arrependimento e ansiedade em meu peito.
Na terceira vez que eu passei pela pequena cachoeira próxima a entrada da cidade, encontrei-me com esta belíssima mulher se banhando. Fiquei surpreso por um momento, mas ela estranhamente não pareceu se incomodar com a minha presença. Ao invés disso, ela apenas me perguntou:
"Quem é você?"
Um pouco assustado e gaguejante (confesso ter pouca resistência a mulheres), eu lhe disse meu nome e lhe contei minha história. Como se estivesse lendo um livro extremamente interessante, ela prestava atenção em cada palavra que eu dizia. Conforme eu falava, meu nervosismo desaparecia e eu me sentia cada vez mais confortável. Por fim, mostrei a ela uma carta em que ele havia colocado um mapa indicando como chegar a sua fazenda e pedi por ajuda.
"Siga o rio e atravesse na primeira ponte."
Sem esperar por um agradecimento, ela mergulhou na água e desapareceu misteriosamente. Ainda me pergunto se não foi apenas a minha imaginação, mas enfim...
Cansado de caminhar por aí, segui as instruções que ela me deu e cheguei a uma pequena fazenda que parecia abandonada a meses. A grama chegava aos meus joelhos, o galinheiro e o celeiro estavam uma bagunça e o estábulo estava imundo. Nenhum animal restava.
A única parte da fazenda que se encontrava em perfeito estado era a casa. As janelas estavam um pouco sujas e haviam algumas teias nos móveis, mas nada que uma pequena limpeza não resolvesse.
Antes que eu pudesse continuar a analisar a fazenda, eu escutei os passos de alguém se aproximando. O nervosismo subiu a minha pele no mesmo instante. "Será que ele ainda está vivo?" Pensava eu.
Mas antes que eu pudesse alimentar mais esperanças, um homem baixo, gorducho e bem vestido irrompeu pela porta visivelmente irritado.
"Quem é você, invasor? O que faz dentro desta propriedade?"
Assim que ouvi a palavra "invasor", me dei conta de que havia entrado sem ser convidado. Pedi desculpas imediatamente e me apresentei logo em seguida, mostrando algumas das cartas que carregava comigo.
"Me desculpe você senhor Henrique. O velho Mario sempre falava sobre suas cartas." Disse ele "Mas eu não pensei que realmente viria"
Sem entender o que ele quis dizer com está última fala, eu perguntei:
"Como assim?"
Com um sorriso no rosto, ele abriu uma gaveta no criado mudo ao lado da cama e retirou um envelope. Dentro do envelope, havia uma folha de papel com a mesma caligrafia de minhas cartas.
"Este é o testamento de Mario. Aqui diz que eu deveria deixar esta fazenda com você caso você aparecesse em menos de um ano. Eu esperei todos os dias nos primeiros quatro meses, mas como você nunca veio, comecei a achar que..."
Ele se calou em meio a fala ao olhar para mim. Eu já havia pensado nesta possibilidade, mas ainda assim não pude conter minha tristeza e acabei vertendo algumas lágrimas.
"Eu compartilho de sua dor..." Disse ele, tentando me confortar "Mas antes de tudo, devo lhe perguntar uma coisa. O senhor deseja ficar com a fazenda?"
Secando meus olhos com as mangas, eu assenti com a cabeça. Em seguida, ele me pediu para assinar alguns documentos e disse que voltaria no dia seguinte para me mostrar a cidade. Eu agradeci e disse que passaria a noite ali mesmo.
"Meu nome é Paulo, sou o prefeito da cidade. Pode contar comigo para o que precisar." Disse ele ao sair.
Agora me encontro sozinho na fazenda com a qual sempre sonhei e que se encontra completamente destruída. Vou começar a limpeza dos cômodos, e assim que terminar de guardar minhas coisas no armário, vou me deitar na minha nova casa pela primeira vez.
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"O amanhã sempre esconderá um teto estranho e um leito não familiar, mas é nas dificuldades dos recomeços que encontramos a força para continuarmos caminhando."
13 de dez. de 2010
O Rei e o Lobo - Capítulo 5: A Ambição
11 de dez. de 2010
A Vida Que Eu Sonhava Ter - Capítulo 1: Prólogo
Desculpe, eu esqueci de me apresentar. Meu nome é Henrique Monteiro, tenho 23 anos, sou solteiro e até ontem eu era um estudante de literatura de uma faculdade bacana que não possuía nenhuma característica especial. Sou apaixonado por livros e gostaria de me tornar um escritor algum dia, mas alguns acontecimentos recentes acabaram exigindo minha atenção.
8 de dez. de 2010
Saudade
Você se lembra da promessa que fizemos?
Da vida feliz que nós tínhamos?
Dos momentos felizes que nós abandonamos?
É claro que não...
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24 de nov. de 2010
Crônicas de um Espírito - Capítulo 5
16 de nov. de 2010
O Rei e o Lobo - Capítulo 4: As Presas
14 de nov. de 2010
O Rei e o Lobo - Capítulo 3: A Batalha
27 de out. de 2010
Poesia nova
14 de out. de 2010
O Rei e o Lobo - Capítulo 2: A Lenda
2 de out. de 2010
Crônicas de um espírito - Capítulo 4
Fernando estava viajando de São Paulo a trabalho. Ele era caminhoneiro e estava terminado uma entrega de produtos na Baixada Santista, se aproximando de Peruíbe.
Ele estava muito cansado. Havia passado a tarde inteira dirigindo e mal podia esperar para poder jantar, assistir um pouco de televisão e dormir em paz. Sua esposa havia ligado para ele avisando que iria passar o final de semana na casa da mãe, que estava doente, deixando a casa só para ele.
Fernando também estava preocupado com a sogra, que está doente há muito tempo e não mostrava sinais de melhora. Mesmo com os desacordos com o sogro, ela sempre apoiava o relacionamento dele com sua filha, e doia muito pensar em perdê-la.
Mesmo assim, fazia muito tempo que ele não tinha um final de semana inteiro para si mesmo, então ele acelerou o caminhão um pouco mais.
"Tome mais cuidado no trânsito. Mesmo que você aumente a velocidade, não ganhará mais do que alguns minutos." Disse eu.
Minha vóz não o alcançou, mas mesmo assim ele pode sentir as minhas palavras e, consequentemente, diminuir para uma velocidade segura.
"Estamos quase chegando. Logo estaremos em Peruíbe e você poderá fazer a sua entrega. Mas nem tudo vai como o esperado. Você também não pode se culpar por isso sabe?" Disse eu.
Continuamos por mais alguns minutos na estrada até nos aproximarmos da entrada de Peruíbe. Fernando estava um pouco sonolento e planejava tomar um café na cidade antes de voltar para São Paulo. Já havia feito algumas entregar por lá no passado e conhecia alguns lugares onde poderia comer alguma coisa. Além disso, ele já estava ficando enjoado de tanto ficar na estrada.
"Preste atenção na estrada Fernando. Falta pouco." Disse eu "Hoje eu vim buscar um irmão que veio apenas para pagar o tempo que ele devia de sua vida passada. E você será o intermediário."
Fernando parecia mais disperto e atento conforme eu falava. apesar de não escutá-las, minhas palavras ainda surtiam efeito nele.
"Nada do que está prestes a acontecer é culpa sua. Isto também será uma provação para você. Não sofra mais do que o necessário, não há razão para carregar cruzes que não existem. A ilusão da separação é apenas momentânea. Encare tudo como uma lição."
Segundos depois, fizemos uma curva e entramos em peruíbe. Logo depois da pirâmide que marca a entrada da cidade, Fernando avistou a silhueta de uma mulher com um carrinho de bebê a atravessar a rua no sinal vermelho. Todo o resto aconteceu muito rápido. Um carro businou e avançou contra a mulher sem conseguir frear, atropelando-a. Numa tentativa de salvar sua criança, ela empurrou o carrinho para frente segundos antes de ser atropelada. O carrinho desgovernado acabou rodopiando e parando na frente do caminhão de Fernando. Não houve tempo para desviar.
Lucas Rangel Lima
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"Nada é como achamos que deveria ser, e entre as coisas que nós julgamos que deveriam ser, pouquíssimas estão certas. Sabendo disso, devemos tentar nos compreender e ao próximo, para entendermos por que as coisas são como são."
23 de set. de 2010
A mente a deriva
Ultimamente estou ficando meio desmotivado com a falta de comentários. Sério. Comentem. Nem que seja pra falar mal. Eu gosto de ver um post com muitos comentários.
Mas deixando de lado o momento emo, vamos à crônica da vez.
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Confusão, indignação, surpresa, encanto e medo. Um misto dessas emoções é o que domina a minha mente neste momento. Não tenho certeza do que aconteceu, do porque de ter acontecido nem como aconteceu, mas lá estava eu, no meio do desconhecido.
A minha memória acabava no momento em que eu saltei para o mar na tentativa de salvar uma criança. Nem me lembro se era uma menina ou um menino. Tenho a impressão de que a praia estava movimentada de mais e que por isso não notei a criança sendo levada pelo mar. Algo assim. Agora não importava.
Não importava?
Não! A criança! onde ela está? Quanto tempo passou? Onde está o mar? A praia? As pessoas?
Onde eu estou?
Tentei prestar mais atenção aos arredores. Eu Me econtrava em pé no meio de uma planície de grama cinzenta e árvores escuras. Nuvens de um azul escuro pairavam no ar e não era possível ver o céu. Devia ser noite.
Noite?
A quanto tempo não via a escuridão da noite? E o raiar do sol? O que eu ficara fazendo este tempo todo?
Lentamente, tomei ciência de alguns outros fatos. Fazia muito tempo des do momento em que eu mergulhei para salvar a criança. Meu corpo parecia mais pesado que o normal. Eu me sentia cansado, mas não conseguia dormir. Minha fome e minha sede eram tão grandes que eu poderia enlouquecer.
Ou já tinha enlouquecido? O que eu estava pensando mesmo?
Não me lembro. A última coisa que eu me lembro era do mar. Eu adorava o mar. Mas onde estava o mar?
Longe? não. Eu havia mergulhado, mas não me lembro de sair. Será que estou no fundo do oceano? então como posso estar vivo?
Também não. Não se pode ver nuvens no fundo do oceano, muito menos árvores. Mesmo assim, é possível que eu esteja morto.
Então isso é o inferno? Ou talves não haja inferno. Talvez eu esteja destinado a caminhar por esta planície para o resto da minha vida. Opa, se eu estiver morto, eu não preciso me preocupar com isso.
Estou ficando confuso. Será que enlouqueci? Provavelmente. Mas ainda estou são, eu acho. Afinal, o que diabos aconteceu? Por que estou aqui sozinho?
Sozinho!? Meu Deus! Eu não quero ficar sozinho! Alguém, por favor apareça! Por favor! Eu faço qualquer coisa! Me ajudem por favor! Por favor!...
Alguém me chama. Eu conheço essa vóz. Ela é doce. É como se fosse uma canção que está sendo cantada em meus ouvidos desde que eu nasci. Mas não consigo abrir os olhos. Não consigo me lembrar. Eu estava pedindo por algo. Eu precisava de algo. Mas não preciso mais. Tenho a vóz. Vou ouvi-lá. Mas e se ela se for? Preciso segui-lá! Preciso acordar! Preciso abrir os olhos! Preciso me lembrar! Não importa do que, eu preciso me lembrar! Antes que eu me esqueça e volte para lá denovo! EU PRECISO ME LEMBRAR! ALGUÉM ME AJUDE! POR FAVOR!
Lucas Rangel Lima
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"A morte não nos leva ao desconhecido, apenas nós e nossa própria ignorância. Se não sabemos, é porque fomos assim abençoados. Se sabemos, é porque fomos assim abençoados também. Ou melhor, isso depende apenas de nós"
15 de set. de 2010
Nova Poesia.
Título: Arrependimentos de alguém.
Lucas Rangel Lima
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"Perseguindo o significado da vida, eu incessantemente gritei para os céus, mas para a minha tristeza, pude apenas ouvir o eco de minha própria voz."
10 de set. de 2010
O Rei e o Lobo - Capítulo 1: Prólogo
Em um dia chuvoso, o rei mandou seu melhor mensageiro percorrer todo o reino a procura dos mais fortes e corajosos guerreiros e organizou um grande campeonato. O vencedor seria abençoado com a "Espada do Reino" e se tornaria o Primeiro Cavaleiro do rei.
Em pouco tempo, a notícia se espalhou e centenas de guerreiros das províncias mais distantes vieram participar do campeonato. Alguns vieram em busca de riquezas e de poder, outros vieram em busca de reconhecimento, mas apenas um conseguiu permanecer invícto. Guerreiros e lutadores de todos os tipos se confrontaram em batalhas que assombraram e encantaram os pensamentos dos espectadores por décadas. Mas mesmo entre tantos colossos, um jovem guerreiro poderoso e talentoso se destacou por sua habilidade e força, derrotando um a um seus oponentes e assim, ganhando o Grande Campeonato.
Ninguém esperava que aquele jovem de origem desconhecida e aparência simples iria chegar tão longe, muito menos vencer o Campeonato. Mas a surpresa foi maior ainda quando sua primeira missão foi anúnciada.
"O rei deseja tomar posse das grandes riquezas ocultas nas florestas além das montanhas, mas esta é protegida por uma fera odiosa com a aparência de um enorme lobo. Nenhum guerreiro jamais retornou do território desta fera, e ela é a única coisa que nos impede de tomar posse da floresta. Nenhum exército pode derrotá-la, nenhuma magia pode subjulgá-la. Cabe ao Primeiro Cavaleiro do rei enfrentar a fera e trazer ao rei suas presas, como prova de sua lealdade."
Com tais palavras ditas, o jovem guerreiro partiu em sua jornada em nome do rei, em busca do reconhecimento e da glória que tanto desejava.
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"Se viver é lutar, morrer significaria paz? Bem, talvez uma coisa não tenha nada a ver com a outra."
1 de set. de 2010
Crônicas de um espírito - Capítulo 3
Daniel estava deitado em sua cama no hospital. Há muitos meses não saia daquele quarto, pois era necessário acompanhamento médico constante no seu caso. Ele já estava se sentindo mal há algum tempo antes de ser levado para o hospital, mas não havia levado os sintomas a sério. Apenas quando teve um ataque cardíaco na academia Daniel foi socorrido e descobriu suas doenças.
Em seu diagnóstico, constavam cirrose medicamentosa e complicações cardíacas resultantes do uso prolongado de anabolizantes. Se ele tivesse demorado mais algumas semanas para ser atendido suas chances de sobrevivência seriam mínimas.
"Graças a Deus..." Pensava Daniel.
Os médicos haviam marcado uma cirurgia de transplante de fígado para Daniel para hoje. Em alguns minutos ele estaria na sala de cirurgias sendo operado. Depois de ser operado e receber alta do hospital, ele planejava voltar para a casa dos pais e viver com eles até arranjar um emprego. O susto o havia convencido a desistir de usar anabolizantes e qualquer medicamento prejudicial a saúde.
Mas o médico havia avisado-o. Graças ao dano no coração, a cirurgia poderia ser perigosa, e ele poderia morrer. Mesmo assim, ele concordou.
"Toda cirurgia é perigosa, e eu posso morrer a qualquer momento mesmo!" Pensava ele.
Depois de alguns minutos, a enfermeira veio buscá-lo no quarto.
"Senhor Daniel? Vou levá-lo até a sala de cirurgias." Disse ela.
"Obrigado." Respondeu Daniel.
Eu os segui pelos corredores do hospital. Pelo caminho, vi vários outros pacientes acompanhados por espíritos como eu. Alguns ficariam ali por dias, talvez meses, até o momento em que finalmente desencarnariam, alguns seriam levados hoje mesmo, e talvez tenha algum que viva por anos agarrado a sua vida, carregando sua efermidade em desespero. Mas isso era escolha deles.
Daniel foi anestesiado e colocado na mesa cirurgica e a operação começou. As horas se arrastavam lentamente enquanto eu esperava o coração dele enfraquecer. A cada minuto os médicos pareciam mais confiantes e hesitantes ao mesmo tempo. A cirurgia estava indo bem e parecia que tudo iria dar certo.
"Eu não vou perder você!" Pensava a cirurgiã.
"Não, você não vai" Disse eu. "A morte é apenas uma travessia, não existe perda real. Não se preocupa, não será culpa sua".
Eu me aproximei do corpo deitado de Daniel e coloquei minha mão em seu peito. Meus dedos atravessaram seu tórax e chegaram ao seu coração. Imediatamente, Daniel sofreu um ataque cardiaco e morreu.
"Agora está tudo bem..." Disse eu para Daniel.
Mas antes de eu conseguir levar Daniel comigo, a cirurgiã interviu.
"O DESFRIBILADOR! RÁPIDO!" Gritava ela.
Os enfermeiros trouxeram o aparelho e ela rapidamente tentou reanimar o paciente.
"Não adianta. Ele precisa ir" Disse eu.
"NÃO COMIGO! NÃO NA MINHA MESA" Gritava ela.
"Não faz diferença. Não é responsabilidade sua" Insisti.
"EU NÃO QUERO SABER! VOCÊ NÃO VAI MORRER ASSIM!" Continuou ela.
Lentamente, eu retirei minha mão do peito de Daniel. Seus batimentos cardiacos voltaram lentamente ao normal.
"Muito bem então. Eu volto outro dia" Disse eu, por fim.
Lucas Rangel Lima
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"Se nós insistirmos, podemos quebrar qualquer pedra que esteja em nosso caminho. Mesmo que isto resulte em uma montanha caindo sobre nossas cabeças"
31 de ago. de 2010
25 de ago. de 2010
Primeira poesia do Blog
Título: Solidão aconchegante
Não tenho medo do escuro
Nem da escuridão em si
Mas ainda sim eu lhe peço,
Deixe as luzes acesas
Faz algum tempo que percebi
Que sou vítima de uma alegria infeliz
Meus sentimentos esperam em frenesi
Por algo que os faça tremerem de verdade
Meu peito começa a arder
Minha garganta vai se apertando
Ao ver um casal aparecer
E pouco a pouco, ir se apaixonando
Mas mesmo ansiando por amor,
Nenhuma estrela brilha para mim
E a lua que ilumina minhas noites
Não está do meu lado no fim
Lentamente, o brilho do amor aumenta
E cada vez mais essa claridade me tenta
Lentamente, o buraco da dor me engole
E eu deixo que essa escuridão me enrole
Deitado a noite em meu leito,
Sonhando com o dia que chegará
Eu deixo as horas me passarem
Me guiando para um novo sonhar
Mas logo, meu anseio fomeia a inveja
Meu peito começa a doer
Minha garganta vai se calando
Ao ver um casal se aquecer
Com seus lábios se aproximando
E mesmo anseando por amor,
O céu se recusa a brilhar para mim
E a lua que iluminava minhas noites
Não está acompanhada no fim
Se pelo menos ela for feliz,
Não me importo de apenas assistir
Se pelo menos alguém a acompanhar
Não me importo com não ter ninguém a me amar.
Não tenho medo de ficar sozinho
Nem da solidão em si
Mas se você puder, eu lhe peço
Fique ao meu lado esta noite...
Lucas Rangel Lima
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"Amar é querer a felicidade do próximo. Qualquer amor que fugir desta realidade está doente"
21 de ago. de 2010
O dia em que nada mudou
Meu dia começou como sempre. Eu acordei lá pelas 6:30, tomei um banho, comi um café da manhã apressado e fui trabalhar. Da minha casa até o escritório dá cerca de trinta minutos de carro. É meio cansativo fazer esse trajeto todos os dias, mas depois de alguns meses você acaba acostumando.
Pensando bem, tudo na minha vida virou costume. Quando criança, eu aspirava por uma aventura como as dos heróis da televisão. Quando jovem, eu passava a maior parte do tempo estudando, e acabei ficando excluido e não fazendo muitas amizades. E agora, minha vida é como um relógio. Todos os dias fazendo a mesma coisa, na mesma hora. Mas eu ainda tenho tempo para desejar o que eu desejava no passado...
Chego no trabalho 7:40 em ponto. Cumprimento meus colegas e sento em minha mesa. Sou contador. Passo o dia inteiro trabalhando, mas isso é tão automático que nem chego a lembrar os nomes dos clientes. Quando chega 12:00, eu saio para almoçar em um restaurante qualquer e volto antes das 14:00. Só saio denovo para ir pra casa as 17:30.
E mais um dia acaba, do mesmo jeito que o anterior, e assim em diante. Eu tinha a impressão de estar cansado, mas também já estava acostumado. chego em casa 18:00, ligo a televisão e assisto sejá lá o que estiver passando. Dificilmente presto atenção, só não tenho outra coisa para fazer. Depois de algumas horas, ou eu vou pra cama, ou eu ligo o computador e checo meus emails. Foi o que eu fiz hoje. Haviam cinco emails na minha caixa de entrada. Quatro deles eram apenas correntes religiosas, que você lê, acha a mensagem bonita e se esquece completamente da mesma no dia seguinte. O quinto dizia o seguinte:
"Clique aqui para mudar sua vida."
Eu li a mensagem e pensei:
"Provavelmente é vírus."
Em seguida, deletei a mensagem. No dia seguinte, voltei a minha rotina, sem me lembrar do ocorrido. Sem imaginar o que teria acontecido se eu tivesse aceitado.
Lucas Rangel Lima
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"Se algo te deixa insatisfeito e você deixa por isso mesmo, não reclame. Se você tenta mudar aquilo que julga errado, boa sorte, eu faço isso também."
5 de ago. de 2010
Crônicas de um Espírito - Capítulo 2
Rogério chegou tarde em casa. Havia passado o dia inteiro trabalhando e estava exausto. Ele morava sozinho em uma casa pequena no centro da cidade. Sua namorada vinha visitar de vez em quando, mas ultimamente ela vem reclamando demais do cheiro de cigarro impregnado na casa.
Em cima da mesa da cozinha havia uma caixa de cigarros. As palavras saiam roucas de sua garganta e seus pulmões fracos já não conseguiam puxar o ar direito, mas isso não impediu Rogério de pegar mais um cigarro e acendê-lo, sentando-se à mesa da cozinha.
"Sua namorada estará aqui amanhã de manhã" Eu disse a ele.
Minhas palavras não surtiram efeito algum. Meus pensamentos não podiam alcançá-lo. Ele só conseguia ouvir a ele mesmo.
"Tomara que aquela mulher não me ligue de novo hoje... já estou cansado de ouvir ela falando o que eu tenho que fazer o tempo todo" Pensava ele.
O vício já havia consumido sua mente. Seu egoísmo o havia cegado, e ele já não dava ouvidos a mais ninguém. Nem a ele mesmo.
Rogério fumava desde que tinha treze anos. Seus pais morreram cedo, e ele foi obrigado a cuidar de seus irmãos mais novos sozinho quando tinha 19. Mesma época em que seu vício começou a assumir o controle.
"Ela está ao seu lado a tanto tempo Rogério. Esta não é a coisa certa a fazer. você vai abandoná-la" Disse eu.
Desta vez, ele reagiu.
"Quem ela pensa que é? Eu não sou mais uma criança, não preciso aceitar ordens de ninguém. Vivo minha vida do jeito que preferir" Continuou ele.
"35 anos. Certamente você não é mais uma criança. Tem certeza da sua escolha?" Disse eu.
Rogério começou a tossir. Conforme eu me aproximava a tosse ia se tornando mais violenta. Um pouco cambaleante, ele se levantou e procurou tomar um copo d'água. O copo tremia em suas mãos. Ao engolir a água, sua tosse diminuiu. Mas ele ainda não apagara o cigarro.
"Então estamos indo"
O telefone tocou. Era a namorada de Rogério.
"Parece que ela realmente se importa com você. Por favor, aproveite a chance que ela lhe deu"
Rogério antendeu o telefone.
"Alô?"
Sua vóz estava rouca e quase irreconhecível.
"Oi amor, sou eu... O médico ligou, ele disse que era terminal..." Disse ela
"Foi pra isso que você me ligou?" Respondeu ele, secamente.
"Eu só estou preocupada..." Continuou ela.
"Eu não preciso que sinta pena de mim"
Rogério desligou o telefone.
"Você fez a sua escolha" Disse eu.
Rogério sentou-se, acendeu outro cigarro e voltou a fumar.
"Vamos indo"
Eu estendi minhas mãos para o seu pescoço. Seus pulmões enfraquecidos pelo câncer não conseguiram aguentar e pararam de funcionar. Depois de agonizar por alguns segundos, ele deixou seu último cigarro cair ao chão.
Lucas Rangel Lima
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"As vezes nos irritamos com Deus ao ver nosso caminho bloqueado. Mesmo assim, Deus sempre bloqueia os caminhos que levam a perdição"
31 de jul. de 2010
Crônicas de um Espírito - Capítulo 1
A criança olhava para a vitrine da loja de brinquedos fascinada. Seus pequenos olhos negros brilhavam de excitação ao admirar aquela variedade de bonecos e carrinhos. Aquele era o seu consolo durante as noites frias daquele inverno.
Todos os dias ela retornava a aquela loja, simplesmente para observar os brinquedos. Ela não tinha casa ou familia, apenas a loja para lhe acalentar a tristeza. Apenas estar ali já a deixava em paz. Mas naquela noite, eu a acompanhava.
Era uma noite especialmente fria. Como sempre, a criança se posicionara na frente da vitrine, a olhar os brinquedos. Mas algo havia mudado. A alegria e o consolo de sempre haviam sumido. Muitas pessoas conversavam aflitas dentro da loja, a vitrine estava quebrada e os brinquedos estavam espalhados. O segurança, Ao avistá-la na frente da loja, se dispôs a expulsá-la.
A loja havia sido roubada naquela tarde, e o segurança estava irritado. Ele corria o risco de perder o emprego, e ao olhar para a criança, ele resolveu descontar toda a sua raiva. "Ninguém iria intervir por uma criança que mora na rua", pensou ele.
"Suma daqui! Vá embora ou eu chamo a polícia!" Gritou o segurança.
A criança se assustou e tropeçou, caindo no chão. O segurança se aproximou com o intuito de violentá-la.
"Afaste-se dela" Disse eu.
Ele parou. A criança havia machucado o braço ao cair, mas conseguiu se levantar, ainda que muito assustada.
"Suma e não apareça nunca mais! Eu não quero te ver por aqui mais uma vez" Disse o segurança.
A criança começou a correr em desespero. Ela não havia feito nada. Cheia de medo e insegurança, ela correu até que as suas pernas não pudessem mais aguentar. Dominada pelo frio e pelo cansaço, ela desmaiou no chão gelado, para nunca mais levantar.
Lucas Rangel Lima
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"Se você se arrepende do passado, não pense no que poderia ter sido. Pense no que você vai ter que fazer para mudar o que está por vir"
30 de jul. de 2010
Crônicas de um Espírito - Capítulo 0
Sérgio estava no seu carro, viajando de Santos para São Paulo. A estrada estava pouco movimentada, e ele dirigia sem grande preocupação. Havia saido de casa de manhã cedo para evitar o trânsito e economizar tempo, queria voltar para casa o quanto antes, pois o aniversário do seu filho seria no dia seguinte.
Distraido com a música que tocava em seu rádio, Sérgio cantarolava pela estrada comigo ao seu lado. Meu erro, da banda Paralamas do sucesso.
"Você sempre gostou dessa banda..." Disse a ele. "Des de que a escutou pela primeira vez, suas musicas nunca deixaram de te animar."
Ele não me respondeu. Ou melhor, ele não me escutou. A música não estava alta, mas a minha vóz nunca alcançaria seus tímpanos.
"Sabe Sérgio, o presente que você comprou para o seu filho foi muito bacana. Ele com certeza vai adorar."
Sérgio sorriu. minhas palavras não podiam ancançá-lo, mas ele podia senti-las. Ele começou a fantasiar sobre o dia seguinte, imaginar o seu filho abrindo os presentes, sorridente, alegre, brincando com os amigos, comendo doces e bolos.
"Ele é um bom garoto, realmente. Você o criou bem..." Disse eu. "E ele te ama muito sabe... eu sei que ele não fala isso com muita frequência, mas é normal para a idade dele".
Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Sérgio. Uma sensação ruim percorria seu corpo. uma tristeza repentina havia se instalado em seu coração.
"Me desculpe... Não consigo não me sentir mal pelo garoto. Ele vai passar por uma fase horrível por uns tempos." Disse a ele.
Minhas emoções continuaram a afetá-lo. O CD do paralamas estava quase no final de sua última música.
"Mas sabe Sérgio... As coisas acontecem por uma razão. Você não pode mais ficar neste mundo, não há mais nada para você aqui."
Sérgio estendeu a mão e removeu o CD do rádio para pegar outro.
"Seu tempo acabou Sérgio."
Eu esbarrei na mão dele enquanto ele trocava o CD, derrubando-o no chão. Ainda afetado por mim, ele enxugou as lágrimas e se abaixou para pegar o CD, colidindo com a traseira de um caminhão.
Lucas Rangel Lima
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"Não é preciso viver a cada dia como se fosse o último. Só saiba que, ao deixar o dia passar, você perdeu uma chance de estar com aqueles que você ama, e que esta chance não irá mais voltar."
28 de jul. de 2010
Hajimemashou?
Este espaço vai servir para discutir ideias, filosofias, poesias e etc... Falaremos sobre tudo, sem um tema específico.
Como sou muito asoberbado, não irei postar frequentemente e em todos os posts, colocarei uma frase de MSN bacana.
Frase de MSN da vez:
"Quando o homem criou Deus, ele não pensava no Criador, ele pensava em outro homem"