25 de jul. de 2013

O Choro

Eu podia senti-lo em minha garganta
Subindo, enfraquecendo minha voz
Mas me mantive firme
Até meus dedos ficarem brancos
Meus olhos ficarem tontos
E meu sorriso ficar louco

Engoli-o seco e o tranquei
Selei-o em meu peito
Forcei-o a se calar
Derrotei-o temporariamente
E o deixei a me envenenar

"Você é forte"
Tive que escutar
"Te desejo boa sorte"
Tive de aceitar
Mordendo os lábios por dentro
E sorrindo ternamente

Abracei e consolei
Como sabia ser o certo a fazer
Tentei fazer o que pude
Por quem precisasse
A medida do possível
Mas provavelmente
Além das minhas capacidades

Até quando cantei
Quando pensei em libertá-lo
Deixá-lo expor meus sentimentos
Acabei notando aqueles que me cercavam
E como um mártir
Eu me despedi sorrindo

Tremendo
Desesperado
Fraco
Desequilibrado
Perdido
Sozinho
Gelado
Pálido
Órfão

Eu posso senti-lo em minha garganta
Subindo, enrouquecendo minha voz
Mas me mantenho louco
Até meus dedos começarem a tremer
Meus olhos não aguentarem mais
E seu sorriso

Me consolar...

Lucas Rangel Lima

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