9 de out. de 2013

Sou se sou

Tem algo bem guardado dentro de mim que quer que seja mostrado, lido e que faça sentido na vida de quem o ler. Mas tá bem guardado, trancado, escondido, envergonhado. 
As consoantes, as vogais, as letras, as palavras e as frases se embaralham nessa timidez, nessa complexidade de pensamento. Vive comigo, sobrevive dentro de mim.
É a minha maior verdade, minha realidade adormecida, minha vida não vivida. Sou eu, mas não sou quem sou.
Sou o que quero ser, quando o que quero não sei se realmente devo.
Se devo, se posso, se sou. 
Se devo, não sou. Apenas sou por ter de ser. Sou por influência, por fatores externos, pelo o que os outros são. Se são, por que devo ser? Sou por que devo ser e devo ser por que sou. Acabo sendo tudo o que sou por dever ser pelo o que são. Ou vocês também são por que devem ser? Não somos, achamos que somos por que devemos ser.
Se posso, sou. Sou eu, sou meu. Sou tudo o que sou por que sou o que posso ser. Esse sou. sou por poderem ser e se podem ser: posso ser também. Sou além do que sou quando o além me é possível. Sou possível. Sou incrível, invisível, intangível. Sou meu eu cabível
Se sou, eu sou: por que sou. Há de ser. Há de viver, há pra ser o que sou. Sou por ser, sem querer, sem ofender, sem dizer, sem escrever, sendo sou o que sou. E o que sou vou sendo. Vou vivendo pelo o que sou e sou o que vou vivendo.
Sou e não deixo ser. Só sou.

Um comentário:

  1. Fantastico cara. Um Insight bastante complexo, mas ainda assim, muito claro... De fato um dos seus melhores textos.

    ResponderExcluir