26 de jan. de 2011

Tão quanto o fim é uma certeza.

Porque de repente tudo era mais fácil de se entender, e porque? Demorei tanto pra achar uma resposta... Agora que pergunta questionaria essa resposta? É tão incomum como comum uma sensação desse tipo? Seria assim? Responder o que eu nem sequer sei o que perguntar. Vazio, tão quanto o que fingistes sentir por mim.

- JURO PRA TI - Gritei e não saiu um fio de som.

Ficou por isso, um grito mal gritado, uma briga mal brigada. Pela lei da minha consciência, ganharia aquele que virasse as costas primeiro. Claro, mas isso é óbvio, tão quanto o fim é uma certeza. Perdi.
Pra quem vê de fora, diz que em circunstância alguma, uma briga tem vencedores. Diz isso aquele que não está brigando, diz isso aquele que está do lado da razão. Agora que razão? Qual a razão?
De repente, de novo, me vi perdido na minha própria cabeça.
Eu vivia me perguntando como eu iria ser quando crescer, eu sonhava tanto, mas tanto que de vez em quando já me via no futuro. Juro que agora, prefiro voltar ao passado pra viver o meu futuro que nunca aconteceu. Afinal, todos sonham, quando velhos, voltar a ser criança.
Dessa equação já dá pra se entender que "Gente Grande" não pode mais sonhar, ou pra que sonhar? Se já nem tenho o tempo que necessito pra dormir.
Bastaria apenas dormir pra sonhar, pra fugir.

E lá me fui, tentar dormir. Dessa vez pelo o que me lembro, era uma noite fresca, sem ventiladores, sem cobertas. Me deitei, olhando pro teto. De repente ouço um barulho de chaves e portas, desconfiei, lógico, ela já voltara? Virei e me sentei. Sabia que ela iria abrir a porta do nosso quarto, se é que eu poderia ainda chamar de "nosso". Eu pensava o que ela iria dizer, o que eu poderia responder. Esse pensamento durou uns 12 segundos até que ela adentrasse pela porta que já estava aberta. Olhei pra ela, ainda sentado. Ela olhou pra mim, ainda de pé, olhou pra mim tão forte que só esse olhar me fez baixar a cabeça, não conseguia olhar pra ela, tentar fingir que está tudo bem. Ela andava pelo quarto, sem dizer nada, só se ouvia sua respiração, o barulho da pulseira que eu tinha lhe comprado e o pisar do salto de madeira na madeira. Virou-se pra mim e falou como se nenhuma emoção tivesse ocorrido com ela naquele dia e disse:

- A casa é sua, eu não teria direito algum de te mandar pra fora. Vim buscar um pouco da minha roupa. Se um dia agente se encontrar de novo, finja que não me conheça. - A voz começou a falhar no fim.

Levantei a cabeça, tentei olhar pra ela, no entanto o celular tocou, fui atender e no identificador estava o nome dela. Não entendi, ela estava na minha frente, como?
Me remexi e acordei.Era um sonho, graças a Deus. Olhei pro celular que ainda tocava e acabei por atender.

Amor, você falava a verdade, me desculpa... - Me dizia aos prantos.

Por um momento pensei tanta coisa que só dividindo entre o cérebro e o coração pra suportar tal coisa. Não respondi, apenas desliguei e voltei a dormir.


Pra mim foi novamente um sonho, ou será que foi realmente verdade?
Deixe que o amanhã responda.
Deixe que o tempo mostre a verdade.
Aliás, as frutas já estão doces.

2 comentários:

  1. Toda vez que leio seus textos, me surpreendo com a forma que os escreve. Sua capacidade de usar metáforas com tanta casualidade e profundidade é algo que eu invejo muito.

    Anseio pela sua próxima crônica.

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  2. Obrigado, de coração =) meu textos nem se comparam a todas as poesias que tu crias.

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