11 de jan. de 2011

A Vida Que Eu Sonhava Ter - Capítulo 4: O Trabalho e os Animais

Definitivamente, os últimos três dias foram os mais cansativos da minha vida...

Finalmente arranjei tempo para ler o livro que peguei emprestado da biblioteca e para escrever neste diário depois de limpar e semear a terra e cuidar daqueles benditos animais... Nunca pensei que seria tão difícil assim cuidar de uma fazenda! Como ele conseguia naquela idade? Começo a duvidar de mim mesmo e de minha capacidade de permanecer aqui por muito tempo...

No primeiro dia, eu passei a manhã, a tarde e grande parte da noite preparando o terreno para o plantio. Como se não bastasse, um vendedor da cidade passou aqui querendo comprar minhas mercadorias! Eu ACABEI de chegar! É CLARO que eu não tenho nada pronto!

De qualquer jeito, ele foi embora rápido. Um pouco desapontado, mas rápido. Agora estou um pouco arrependido pelo modo que o tratei, me encontrava muito estressado para conversar. Vou pedir desculpas da próxima vez que encontrá-lo.

Bem, no segundo dia eu terminei de preparar o terreno e comecei a plantar. Isso não foi tão difícil quanto eu esperava. O que me matou mesmo foi regar tudo... não acredito que vou ter que fazer isso diariamente...

Enquanto eu trabalhava, um velho senhor de uma das fazendas vizinhas passou por aqui e me ofereceu um jovem cavalo. Ele disse que o filhote é cria de um dos cavalos que vivia aqui antigamente e que era meu por direito. Mesmo assim, eu agradeci a ele e o convidei para vir conversar ou comer alguma coisa quando tivesse tempo. Ele parece ser um conhecido do meu velho amigo, então achei que seria legal fazer amizade.

Parece que estou me encaixando melhor aqui do que na minha cidade...

Enfim, no terceiro dia, eu acordei cedo, reguei as plantas, alimentei o cavalo e saí a procura de mais animais. O prefeito havia dito que haviam duas fazendas na redondeza, uma delas especializada em galinhas. Resolvi passar nela primeiro.

A Fazenda Poultry* ficava a apenas alguns minutos de caminhada, não foi muito difícil encontrá-la. Ela era cercada por uma grande plantação de milho, eu podia escutar as galinhas a metros de distância.

Ao me aproximar da fazenda, uma mulher de cabelos rosados me chamou a atenção. Ela parecia estar nos seus vinte, trinta anos de idade, mas cuidava dos animais vigorosamente.
Tentei me aproximar lentamente sem fazer muito barulho para evitar assustá-la, mas ela me viu antes que eu pudesse chamá-la. Sem cerimônias, fui convidado para entrar e tomar uma xícara de chá. Conversamos um pouco e eu fiquei sabendo que ela era a atual dona da fazenda, e que vivia lá com seus dois filhos, um garoto da minha idade e uma menina quatro anos mais nova. Nenhum deles se encontrava na casa durante a minha visita.

Depois de conversarmos, eu expliquei a minha situação e ela gentilmente me cedeu uma de suas galinhas. Conversamos por mais algum tempo e eu fiquei de voltar para visitá-la mais vezes. Parece que ela possuí alguma doença que a impossibilita de se exercitar muito. Fiquei surpreso com isso, ela me parecia uma mulher tão saudável!

Espero ter mais tempo para fazer essas visitas agora que meu trabalho está mais estável. Gostaria muito de conhecer a jovem filha da gentil dona da Fazenda Poultry. Acho que o nome dela era Patrícia...

*Poultry: Ave doméstica.

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"O valor da nossa vida não está naquilo que realizamos, e sim no quanto nos dedicamos no nosso dia-a-dia"

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