Com Meu Saxofone

Me levanto da cadeira
Levemente entediado
Estendo a mão para o meu saxofone
E sopro em sua boquilha
Toda a minha melancolia
A acompanhar uma canção

A cada nota que passa
Aumento levemente o volume
A pressão na palheta

Sinto meu lábio cortar
E tocar logo fica mais difícil
Mas não há sangue, então logo passa
Quando percebo, já estou na próxima música

Como é gostosa a sensação
De falar pelo saxofone
Abandonar as palavras por um tempo
E sentir diretamente no peito
Explodindo pela boca
Acompanhando uma canção

Retorno então a minha cadeira
Levemente cansado
Deixei o sax no sofá
Depois de limpar a boquilha
Toda a minha exaltação
Morrendo lentamente
Afogada
Sem outra canção

Lucas Rangel Lima

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"Se pode tocar, faça-o. Se não pode, aprenda."