29 de set. de 2013

Os Espinhos da Rosa

Com minhas mãos manchadas de sangue
Repletas de cicatrizes antigas e feridas abertas
Eu mais uma vez estendo meus dedos trêmulos
E acaricio os espinhos da rosa

Pois ao contrário do que pode ser óbvio
Não é seu aroma que me encanta
Não é sua beleza, quase apetitosa, que me atrai
Mas sim o amor áspero e doloroso
Que só seus espinhos podem me oferecer

Afinal, apenas sentindo-os em minha própria pele
Compreendendo seu propósito com meu corpo
E aceitando tudo o que eles possam me oferecer
Eu seria capaz de amar verdadeiramente a rosa

Sim, pois não basta sonhar com um amor puro
Um amor branco, inocente, perfeito e pleno
Pois um sentimento que não conhece a impureza
Está fadado a se ferir com facilidade
E uma vez desgastado, a desaparecer por completo

Não, eu prefiro que sobrem inúmeras cicatrizes
Pois mesmo que não dure, dessa forma será eterno
Prefiro que haja sinceridade e igualdade
Coisa que pétala nenhuma pode oferecer em sua perfeição

E por essa razão, eu mais uma vez,
Com minhas mãos manchadas de sangue
Repletas de cicatrizes antigas e feridas abertas
Estendo meus dedos trêmulos em euforia e ansiedade
E acaricio amorosamente

Os Espinhos da Rosa

Lucas Rangel Lima

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